São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Juíza abriu inquérito há 1 mês em Catanduva

Após ouvir mães relatarem denúncias de abusos contra crianças, magistrada mandou realizar novas investigações

Familiares de crianças que disseram ter sofrido abuso sexual pediram ajuda da juíza na investigação dos casos em passeata

DOS ENVIADOS A CATANDUVA

A juíza da Vara da Infância e da Juventude Sueli Juarez Alonso decidiu abrir novo inquérito sobre as denúncias de abuso contra crianças em Catanduva após ser procurada por mães em fevereiro.
No dia 13 de fevereiro, o caso explodiu quando a promotora Noemi Corrêa colheu o depoimento de uma mãe, E., denunciando que sua filha de 10 anos, uma das possíveis vítimas do borracheiro José Barra Nova de Mello, foi levada com duas amigas para uma casa em um dos bairros mais valorizados de Catanduva, o Jardim do Bosque. Quem as teria levado: "Roberto", que seria filho de um médico [investigações posteriores apontam que "Roberto" seria nome de guerra de Wagner Rodrigo Brida Gonçalves].
Duas meninas teriam sido trancadas em um dos quartos da casa. A terceira foi levada pelo homem para outro quarto, onde se consumou o abuso sexual denunciado.

Mais um caso

No mesmo dia 13, a mãe de outra menina apresentou-se à juíza da Vara da Infância e da Juventude de Catanduva, Sueli Juarez Alonso, contando a mesma história. As duas mulheres dizem que tentaram formalizar a denúncia contra o tal "Roberto", mas que a delegada da Delegacia da Mulher nada fez, apesar de informada, inclusive, do endereço onde teria ocorrido a agressão.
No dia 17 de fevereiro, uma passeata de mães cruzou a cidade. Pedia ajuda à juíza Sueli Alonso, famosa por outro caso de exploração sexual de crianças, na cidade de Porto Ferreira (228 km de São Paulo).
"Como um rolo compressor", diz um desafeto, a juíza instaurou novo inquérito, destinado a investigar a participação de outras pessoas na suposta rede de pedófilos. Uma nova promotora foi designada para acompanhar o caso e "re-ouvir" os testemunhos. A Polícia Civil foi colocada informalmente para fora da investigação.
"As crianças precisam ser protegidas e eu até entendo a revolta das mães. Mas será que essas trapalhadas todas nas investigações não estão levando a que se puna por punir? A injustiças, como aquelas que vimos na Escola de Base?", perguntou um homem cuja casa também foi alvo de mandado de busca e apreensão na última quarta-feira. Ele referia-se ao mais rumoroso caso de falsa denúncia de abuso sexual contra crianças, de 1994, cujo inquérito foi encerrado por absoluta falta de provas contra os acusados.


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