|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Juíza abriu inquérito há 1 mês em Catanduva
Após ouvir mães relatarem denúncias de abusos contra crianças, magistrada mandou realizar novas investigações
Familiares de crianças que disseram ter sofrido abuso sexual pediram ajuda da juíza na investigação
dos casos em passeata
DOS ENVIADOS A CATANDUVA
A juíza da Vara da Infância e
da Juventude Sueli Juarez
Alonso decidiu abrir novo inquérito sobre as denúncias de
abuso contra crianças em Catanduva após ser procurada por
mães em fevereiro.
No dia 13 de fevereiro, o caso
explodiu quando a promotora
Noemi Corrêa colheu o depoimento de uma mãe, E., denunciando que sua filha de 10 anos,
uma das possíveis vítimas do
borracheiro José Barra Nova
de Mello, foi levada com duas
amigas para uma casa em um
dos bairros mais valorizados de
Catanduva, o Jardim do Bosque. Quem as teria levado: "Roberto", que seria filho de um
médico [investigações posteriores apontam que "Roberto"
seria nome de guerra de Wagner Rodrigo Brida Gonçalves].
Duas meninas teriam sido
trancadas em um dos quartos
da casa. A terceira foi levada pelo homem para outro quarto,
onde se consumou o abuso sexual denunciado.
Mais um caso
No mesmo dia 13, a mãe de
outra menina apresentou-se à
juíza da Vara da Infância e da
Juventude de Catanduva, Sueli
Juarez Alonso, contando a
mesma história. As duas mulheres dizem que tentaram formalizar a denúncia contra o tal
"Roberto", mas que a delegada
da Delegacia da Mulher nada
fez, apesar de informada, inclusive, do endereço onde teria
ocorrido a agressão.
No dia 17 de fevereiro, uma
passeata de mães cruzou a cidade. Pedia ajuda à juíza Sueli
Alonso, famosa por outro caso
de exploração sexual de crianças, na cidade de Porto Ferreira
(228 km de São Paulo).
"Como um rolo compressor",
diz um desafeto, a juíza instaurou novo inquérito, destinado a
investigar a participação de outras pessoas na suposta rede de
pedófilos. Uma nova promotora foi designada para acompanhar o caso e "re-ouvir" os testemunhos. A Polícia Civil foi
colocada informalmente para
fora da investigação.
"As crianças precisam ser
protegidas e eu até entendo a
revolta das mães. Mas será que
essas trapalhadas todas nas investigações não estão levando a
que se puna por punir? A injustiças, como aquelas que vimos
na Escola de Base?", perguntou
um homem cuja casa também
foi alvo de mandado de busca e
apreensão na última quarta-feira. Ele referia-se ao mais rumoroso caso de falsa denúncia
de abuso sexual contra crianças, de 1994, cujo inquérito foi
encerrado por absoluta falta de
provas contra os acusados.
Texto Anterior: Abuso contra crianças mobiliza Catanduva Próximo Texto: Frase Índice
|