São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Enxurrada de musicais atrai crianças, jovens e adultos em busca da fama

ADRIANA KÜCHLER
DA REVISTA DA FOLHA

A enxurrada de montagens de musicais como "A Noviça Rebelde" e "A Bela e a Fera" em São Paulo é alimentada por números difíceis de ignorar: 800 mil pessoas assistiram a "O Fantasma da Ópera", em uma temporada que se estendeu por dois anos, de 2005 a 2007, com ingressos que chegavam a R$ 200 só para citar o "case" de maior sucesso.
Frisson mais recente, os cinco musicais importados do Rio ("Noviça", "Beatles", "Sassaricando", "Dona Flor" e "7") criam uma nova versão da rixa da ponte aérea: as megaproduções estilo Broadway da grife paulistana Time For Fun (ex-CIE) contra as montagens mais autorais dos cariocas.
"São Paulo pode fazer produções maiores porque tem mais estrutura, teatros maiores e plateia maior", diz Cristiano Gualda, 36, ator e corroteirista de "Beatles". "Enquanto isso, o Rio investe em produções mais originais, como as que resgatam a história e os músicos brasileiros", afirma ele, que atuou também em obras sobre Geraldo Pereira e Carmen Miranda.
Três das cinco produções "made in Rio" que passarão pela cidade são capitaneadas pela produtora Aventura e pela dupla dinâmica Charles Möeller e Claudio Botelho. Eles ganharam, na última terça, a categoria especial do Prêmio Shell de teatro pela contribuição ao gênero musical. Junto com o boom dos musicais e em busca da fama, chegou a São Paulo uma nova onda de migrantes que cantam, dançam e representam.
Para abrigá-los, surgiu também um novo filão: cursos que preparam os futuros fantasmas, belas e noviças. O sonho de estrelar um musical fez Raul Guimarães Tristão, 16, passar as férias de janeiro em São Paulo para cursar as aulas de teatro musical comandadas por Maiza Tempesta, no Espaço 10x21. Morador de Franca (400 km de SP), ele quer vir morar na cidade para investir na carreira.
Contra o preconceito, há um bom argumento. "O ator que faz musical é um talento porque é mais que um ator", diz a atriz Samantha Dalsoglio, 35, há três anos se prepara para atuar em musicais.


Colaborou RAFAEL BALSEMÃO


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