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SAÚDE NA UTI
Intervenção não faz serviço voltar na Santa Casa
Mato Grosso do Sul está há 4 meses sem transplantes de rim pelo SUS
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Sob intervenção desde janeiro
deste ano, a Santa Casa de Campo
Grande (MS) não realiza transplantes de rins há quatro meses.
O maior hospital de Mato Grosso do Sul era o único a fazer a cirurgia pelo SUS no Estado, afirma
o presidente da Recromasul (associação dos renais crônicos), Gesivaldo Carlos, 32. "Há pelo menos 330 doentes prontos para os
transplantes. Para nós, que estamos na fila, é uma angústia. Não
temos mais a quem recorrer."
Em 2004, a Santa Casa fez 38
transplantes de rins, o último em
15 de dezembro, diz Carlos.
Os transplantes pararam por
falta de material cirúrgico e medicamentos, diz Rubens Trombini,
presidente da junta que controla o
hospital desde a intervenção federal, estadual e municipal.
Sem citar data, Trombini afirmou que o hospital pretende retomar as cirurgias ainda neste mês.
"Era para voltar em março. A
promessa é que todo mês vai reativar, mas ninguém resolve nada",
disse Carlos, que há cinco anos espera a cirurgia. Ele viveu seis anos
com um rim que acabou retirado
de seu organismo por rejeição.
Trombini diz que, quando a
junta assumiu o hospital, já não
eram feitas as cirurgias. O grupo
prometeu reabrir todo o atendimento ao assumir a Santa Casa,
depois de a direção do hospital
(privado) suspender atendimento
do SUS no início do ano por causa
da dívida de R$ 37 milhões.
"Houve prova cabal da ineficiência do poder público", disse,
sobre os transplantes, o advogado
Esacheu Nascimento, da antiga
administração, a Sociedade Beneficente de Campo Grande.
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