São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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SAÚDE NA UTI

Intervenção não faz serviço voltar na Santa Casa

Mato Grosso do Sul está há 4 meses sem transplantes de rim pelo SUS

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Sob intervenção desde janeiro deste ano, a Santa Casa de Campo Grande (MS) não realiza transplantes de rins há quatro meses.
O maior hospital de Mato Grosso do Sul era o único a fazer a cirurgia pelo SUS no Estado, afirma o presidente da Recromasul (associação dos renais crônicos), Gesivaldo Carlos, 32. "Há pelo menos 330 doentes prontos para os transplantes. Para nós, que estamos na fila, é uma angústia. Não temos mais a quem recorrer."
Em 2004, a Santa Casa fez 38 transplantes de rins, o último em 15 de dezembro, diz Carlos.
Os transplantes pararam por falta de material cirúrgico e medicamentos, diz Rubens Trombini, presidente da junta que controla o hospital desde a intervenção federal, estadual e municipal.
Sem citar data, Trombini afirmou que o hospital pretende retomar as cirurgias ainda neste mês.
"Era para voltar em março. A promessa é que todo mês vai reativar, mas ninguém resolve nada", disse Carlos, que há cinco anos espera a cirurgia. Ele viveu seis anos com um rim que acabou retirado de seu organismo por rejeição.
Trombini diz que, quando a junta assumiu o hospital, já não eram feitas as cirurgias. O grupo prometeu reabrir todo o atendimento ao assumir a Santa Casa, depois de a direção do hospital (privado) suspender atendimento do SUS no início do ano por causa da dívida de R$ 37 milhões.
"Houve prova cabal da ineficiência do poder público", disse, sobre os transplantes, o advogado Esacheu Nascimento, da antiga administração, a Sociedade Beneficente de Campo Grande.


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