São Paulo, sábado, 15 de abril de 2006

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CASO RICHTHOFEN

Advogado fala que, caso continue presa, ela será morta

Suzane é levada para o interior às escondidas

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Às escondidas, sob um forte esquema de segurança montado pelo governo do Estado, a assassina confessa dos pais Suzane Louise von Richthofen, 22, foi transferida anteontem à tarde da Penitenciária Feminina Sant'Ana, no complexo do Carandiru (zona norte), para uma prisão cuja localização é mantida em segredo.
A Secretaria da Administração Penitenciária, responsável pela custódia das 4.215 presas de São Paulo, disse ontem que, "por motivos de segurança", não iria revelar para onde Suzane foi levada.
"Com a transferência, está demonstrado que ela, em liberdade, estaria mais segura. Caso continue presa, poderá ser morta", disse o advogado Mário Sérgio de Oliveira, defensor de Suzane.
A Folha apurou que a jovem foi levada para o Centro de Ressocialização de Rio Claro (175 km de SP), a mesma prisão onde ela havia ficado até 29 de junho do ano passado, quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu a ela um habeas corpus. Com cerca de 120 detentas, a prisão é considerada uma das mais tranqüilas do Estado e abriga mulheres prestes a ganhar a liberdade.
Na terça-feira, segundo o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP (departamento de homicídios), o também advogado Denivaldo Barni, protetor de Suzane que trabalhava na Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) com seu pai, Manfred, pediu para que ela fosse para Rio Claro.
Suzane confessou a participação na morte dos pais, Manfred, 49, e Marísia, 50. O casal foi assassinado enquanto dormia, com golpes de cano de ferro, em outubro de 2002. O então namorado de Suzane, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian, foram os autores dos golpes. Eles também estão presos e aguardam o julgamento, previsto para 5 de junho.
Suzane voltou a ser presa na última segunda-feira, por decisão do juiz Richard Francisco Chequini após entrevista dela ao "Fantástico" -na qual seus advogados a orientam a chorar- e da divulgação de que ela entrou na Justiça para administrar os bens dos pais.


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