Titular da pasta dos Transportes diz que está monitorando a via para verificar se será necessário tomar novas medidas

Duas semanas após sua inauguração, anel viário ainda recebe obras de drenagem; trecho teve dois casos de aquaplanagem

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado dos Transportes de São Paulo, Mauro Arce, disse ontem que nenhum problema que afete o tráfego foi encontrado "até agora" no trecho sul do Rodoanel, aberto há duas semanas, e que o governo está monitorando a via para verificar se será necessário tomar medidas para garantir a segurança do usuário.
Arce fez referência a duas reportagens da Folha que apontaram o surgimento de buracos, a suspeita de que defeitos na pista tenham provocado dois acidentes e que o trecho entre a via Anchieta e Mauá tem 2 km de pavimento que precisarão ser trocados por estarem com falhas no material, como disse à reportagem um engenheiro que atua na obra.
"Acho o resultado [do Rodoanel para o sistema viário] fantástico e vem um pouco acima do esperado", disse o secretário, em relação ao baixo número de acidentes, mesmo com o tráfego que atingiu 55 mil veículos na Páscoa.
Sobre um buraco já presente na pista, ele diz que "foi provocado por uma peça pesada que caiu [no concreto]". Arce sugeriu que os acidentes ocorridos podem ser atribuídos à falha humana. "Em geral, quem sofre um acidente nunca diz que estava correndo", disse.
Ontem, a Folha mostrou também que, após a primeira reportagem, operários estavam instalando novos sistemas de drenagem exatamente onde ocorreu um dos acidentes.
Segundo o secretário, aquele serviço poderia ter sido feito antes, já que o lote 1 do trecho sul, local do acidente, ficou pronto há "90 dias". A falta desse sistema, disse Arce, não deixou as pistas inseguras.
"Poderiam já ter instalado os tubos, mas ainda estamos fazendo serviços complementares. Vai ter ainda o emborrachamento da pista [devido aos pneus] e o atrito vai melhorar."

Sem necessidade
Questionado sobre o suposto defeito em 2 km de pista no lote 1, construído pela Andrade Gutierrez-Galvão, o secretário afirmou que não tem nenhum indício que confirme falta de rugosidade e resistência do piso, como disse um engenheiro que atua na obra à Folha.
Até hoje, afirma o secretário, não há nada que indique a necessidade de trocar parte do pavimento entre a via Anchieta e Mauá, "a menos que haja alguma coisa. Ainda é muito precoce, por ali não passa tráfego pesado", declarou Arce.
A secretaria também está monitorando a velocidade do vento nas pontes do Rodoanel, principalmente a maior delas, de 1.700 m, sobre a represa Billings. Caso haja risco, uma das medidas em estudo é determinar a redução da velocidade permitida nos dias de ventania.
Outra preocupação é com a neblina, comum nos acessos que passam nas proximidades da serra do Mar -a solução, no caso, é formar comboios.


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