São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011

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MOACIR RIBEIRO DE FREITAS (1930-2011)

Um major da PM que fazia versos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Aos 16 anos, o filho de lavradores Moacir Ribeiro de Freitas saiu de Apiaí, a 325 km da capital paulista, para vir seguir a carreira de policial militar em São Paulo.
Além de PM, ele foi também poeta, como conta a família. Apaixonado pelos livros, escrevia uma coluna literária para o jornal da corporação e fazia versos alexandrinos (de 12 sílabas), quando não estava zelando pela manutenção da ordem.
A filha Adonize lembra que o pai tinha memória de elefante. Era capaz, por exemplo, de recitar textos do português Luís de Camões de cor por cerca de 40 minutos.
Brincalhão, vivia criando rimas, o que fazia com facilidade, como lembra a filha. Os trabalhos literários do PM, fã de Humberto de Campos e de Machado de Assis, tiveram circulação restrita à família, mas ele já chegou a vender peças de teatro.
Desde o início da década de 50, era casado com Maria Rosa, hoje oficial de Justiça aposentada, de quem era primo de segundo grau. Após entrar para a reserva, aos 46, voltou a viver no interior de SP, em Barra do Chapéu. Ocupava o posto de major.
Gostava da tranquilidade do município de apenas 5.236 habitantes. A praça em frente ao local em que morava leva o nome de seu avô, o coronel Carlos Sarti.
Em casa, gostava de tocar violão e ouvir Lupicínio Rodrigues, Cartola e Noel Rosa, seus artistas prediletos.
Tinha voltado para São Paulo devido aos problemas de saúde. Morreu na terça-feira, aos 81 anos, após sofrer um infarto. Teve três filhos (Adonize, Adonis e Adonai), oito netos e seis bisnetos.
coluna.obituario@uol.com.br


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