UOL


São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CASA NOVA

Comissão estuda reforma do prédio, que deve ser entregue em janeiro; banco pagará obra

Marta inicia reforma para ocupar Banespinha

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo precisa agora de um bom decorador de interiores. Nos próximos dias, o Grupo Santander entrega as chaves do Edifício Patriarca, o Banespinha, no viaduto do Chá (centro), que abrigará o gabinete da prefeita Marta Suplicy (PT).
A mudança para o prédio de estilo arquitetônico que fez sucesso durante o regime fascista começa no fim do ano e deve ser concluída até 25 de janeiro.
Uma comissão com dois membros da prefeitura e dois do Santander foi formada para dar conta da tarefa. Será o banco, e não a prefeitura, que arcará com os custos das obras. Faz parte do contrato que será assinado quando a prefeita receber as chaves.
Em troca do prédio, a prefeitura assumiu a dívida que a extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) possuía com o Banespa, comprado pelo Santander. A negociação -aprovada pela Câmara Municipal- consiste, entre outros pontos, no pagamento de R$ 156 milhões em quatro parcelas anuais.
O Banespinha é uma espécie de brinde, que será concedido após a última parcela. Por isso, o Santander, proprietário do edifício até 2007, deve pagar a conta do decorador. O secretário do Abastecimento, Valdemir Garreta, da comissão de mudança, diz que serão "pequenos reparos".
Detalhes do projeto do edifício de 14 andares denunciam que essa adaptação dará um pouco mais de trabalho. O quinto piso, por exemplo, projetado para a presidência, tem paredes revestidas de couro suíno e arranjo em salas pequenas.
Entre outros detalhes, o Banespinha tem piso em mármore porfírico rosso, portas de jacarandá e um mosaico veneziano, confeccionado pelo Studio Mosaici-Padoan-Venezia. No último andar, há um jardim com mais de cem espécies de plantas, entre flores, árvores frutíferas e ornamentais e um lago com carpas.
O prédio foi construído pela Severo e Villares, que venceu concurso arquitetônico em 1935. Luís Inácio de Anhaia Melo e Prestes Maia eram os jurados. Posteriormente, o projeto foi revisado pelo italiano Marcelo Piacentini, arquiteto oficial do ditador Benito Mussolini, idealizador do estilo que criava uma versão contemporânea da Roma imperial.


Texto Anterior: Acidente
Próximo Texto: Prefeita diz que publicidade é para se defender
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.