|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASA NOVA
Comissão estuda reforma do prédio, que deve ser entregue em janeiro; banco pagará obra
Marta inicia reforma para ocupar Banespinha
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo precisa agora de um bom decorador de
interiores. Nos próximos dias, o
Grupo Santander entrega as chaves do Edifício Patriarca, o Banespinha, no viaduto do Chá (centro), que abrigará o gabinete da
prefeita Marta Suplicy (PT).
A mudança para o prédio de estilo arquitetônico que fez sucesso
durante o regime fascista começa
no fim do ano e deve ser concluída até 25 de janeiro.
Uma comissão com dois membros da prefeitura e dois do Santander foi formada para dar conta
da tarefa. Será o banco, e não a
prefeitura, que arcará com os custos das obras. Faz parte do contrato que será assinado quando a
prefeita receber as chaves.
Em troca do prédio, a prefeitura
assumiu a dívida que a extinta
CMTC (Companhia Municipal de
Transportes Coletivos) possuía
com o Banespa, comprado pelo
Santander. A negociação -aprovada pela Câmara Municipal-
consiste, entre outros pontos, no
pagamento de R$ 156 milhões em
quatro parcelas anuais.
O Banespinha é uma espécie de
brinde, que será concedido após a
última parcela. Por isso, o Santander, proprietário do edifício até
2007, deve pagar a conta do decorador. O secretário do Abastecimento, Valdemir Garreta, da comissão de mudança, diz que serão
"pequenos reparos".
Detalhes do projeto do edifício
de 14 andares denunciam que essa
adaptação dará um pouco mais
de trabalho. O quinto piso, por
exemplo, projetado para a presidência, tem paredes revestidas de
couro suíno e arranjo em salas pequenas.
Entre outros detalhes, o Banespinha tem piso em mármore porfírico rosso, portas de jacarandá e
um mosaico veneziano, confeccionado pelo Studio Mosaici-Padoan-Venezia. No último andar,
há um jardim com mais de cem
espécies de plantas, entre flores,
árvores frutíferas e ornamentais e
um lago com carpas.
O prédio foi construído pela Severo e Villares, que venceu concurso arquitetônico em 1935. Luís
Inácio de Anhaia Melo e Prestes
Maia eram os jurados. Posteriormente, o projeto foi revisado pelo
italiano Marcelo Piacentini, arquiteto oficial do ditador Benito
Mussolini, idealizador do estilo
que criava uma versão contemporânea da Roma imperial.
Texto Anterior: Acidente Próximo Texto: Prefeita diz que publicidade é para se defender Índice
|