|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Firmas funcionavam sem alvará; Polícia Federal tinha denúncia havia dias, mas só agiu após morte de estudante
PF fecha 25 empresas de vigilância em SP
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal determinou
ontem o fechamento de 25 empresas de segurança privada que
atuavam sem autorização em São
Paulo. Outras nove firmas supostamente clandestinas não foram
localizadas, mas a megablitz continuaria durante a madrugada.
As empresas integravam uma
lista de 39 companhias denunciadas à PF neste ano pelo Sesvesp
(sindicato de empresas de segurança) por supostamente prestarem serviços irregulares de vigilância. As ordens para a fiscalização desses locais haviam sido
emitidas entre março e abril, mas
ainda não haviam sido cumpridas, segundo a PF, devido à greve
dos agentes federais.
O procedimento só foi acelerado depois da morte do estudante
Guilherme Mendes de Almeida,
15, assassinado a tiros no último
dia 7 no Alto de Pinheiros (zona
oeste de São Paulo).
O acusado pelo crime é Carlos
Oliveira Souza, 25, funcionário da
empresa Itaim Vigilância, que, segundo moradores, fazia ronda
clandestinamente na região.
A Itaim era uma das 39 empresas denunciadas à PF, como a Folha informou na semana passada.
O informe sobre a ilegalidade de
sua atuação chegara aos policiais,
por ofício, 15 dias antes da morte
de Almeida, mas nada foi feito.
Na quarta, cinco dias depois do
crime, usando o mesmo recurso
aplicado ontem -uma notificação administrativa-, o delegado
Abmaílson Santos de Oliveira determinou o fechamento da Itaim.
Souza, o acusado, está foragido.
Arma e coletes
Durante a blitz de ontem, os policiais federais localizaram uma
arma, dois carros caracterizados
para serviços de segurança e 30
coletes à prova de bala.
A primeira apreensão aconteceu na Transcol. A pistola 380
pertencia ao motorista Edson
Portela, 44. Ela tinha numeração e
registro em nome de Portela, mas
o porte estava vencido. Ele não foi
localizado pela Folha.
Os carros caracterizados estavam em uma empresa de Interlagos (zona sul) no nome de um homem que não tem autorização da
PF para comandar uma empresa
de segurança. Em São Bernardo
(Grande SP), a PF apreendeu 30
coletes na Max Sênior Segurança,
que também não tinha alvará.
Se forem flagrados descumprindo a ordem de encerramento das
atividades, os donos da empresas
podem ser enquadrados no artigo
205 do Código Penal -exercício
irregular de atividade- e pegar
até dois anos de detenção.
Texto Anterior: HC vira palco de manifestação de servidores estaduais em greve Próximo Texto: Universitária era "isca" em assalto a prédios Índice
|