São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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SEGURANÇA

Firmas funcionavam sem alvará; Polícia Federal tinha denúncia havia dias, mas só agiu após morte de estudante

PF fecha 25 empresas de vigilância em SP

SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal determinou ontem o fechamento de 25 empresas de segurança privada que atuavam sem autorização em São Paulo. Outras nove firmas supostamente clandestinas não foram localizadas, mas a megablitz continuaria durante a madrugada.
As empresas integravam uma lista de 39 companhias denunciadas à PF neste ano pelo Sesvesp (sindicato de empresas de segurança) por supostamente prestarem serviços irregulares de vigilância. As ordens para a fiscalização desses locais haviam sido emitidas entre março e abril, mas ainda não haviam sido cumpridas, segundo a PF, devido à greve dos agentes federais.
O procedimento só foi acelerado depois da morte do estudante Guilherme Mendes de Almeida, 15, assassinado a tiros no último dia 7 no Alto de Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
O acusado pelo crime é Carlos Oliveira Souza, 25, funcionário da empresa Itaim Vigilância, que, segundo moradores, fazia ronda clandestinamente na região.
A Itaim era uma das 39 empresas denunciadas à PF, como a Folha informou na semana passada. O informe sobre a ilegalidade de sua atuação chegara aos policiais, por ofício, 15 dias antes da morte de Almeida, mas nada foi feito.
Na quarta, cinco dias depois do crime, usando o mesmo recurso aplicado ontem -uma notificação administrativa-, o delegado Abmaílson Santos de Oliveira determinou o fechamento da Itaim. Souza, o acusado, está foragido.

Arma e coletes
Durante a blitz de ontem, os policiais federais localizaram uma arma, dois carros caracterizados para serviços de segurança e 30 coletes à prova de bala.
A primeira apreensão aconteceu na Transcol. A pistola 380 pertencia ao motorista Edson Portela, 44. Ela tinha numeração e registro em nome de Portela, mas o porte estava vencido. Ele não foi localizado pela Folha.
Os carros caracterizados estavam em uma empresa de Interlagos (zona sul) no nome de um homem que não tem autorização da PF para comandar uma empresa de segurança. Em São Bernardo (Grande SP), a PF apreendeu 30 coletes na Max Sênior Segurança, que também não tinha alvará.
Se forem flagrados descumprindo a ordem de encerramento das atividades, os donos da empresas podem ser enquadrados no artigo 205 do Código Penal -exercício irregular de atividade- e pegar até dois anos de detenção.


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