São Paulo, sábado, 15 de maio de 2010

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PM reforça ação em Perdizes, mas diz que bairro é seguro

Principais vias terão maior presença de policiais de elite, à paisana e sobre motos

Aumento do efetivo ocorre após comerciante e jovem serem baleados em roubos; para major, a maioria dos crimes vem caindo na região

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de um comerciante ter sido assassinado e uma jovem levar dois tiros durante assaltos ocorridos em intervalo de oito dias em Perdizes, bairro de classe média da zona oeste de São Paulo, a Polícia Militar reforçou a segurança no bairro.
Desde ontem, policiais à paisana, além de membros da Força Tática (grupo de elite da PM) e da Rocam (Ronda com o Apoio de Motocicletas), circulam pelas principais vias.
A PM diz, no entanto, que a situação está "sob controle" e que a chamada Operação Perdizes visa acabar com a sensação de insegurança que tomou conta da região desde a morte de Allan Benites Cardoso, 34, no dia 11, pelo ladrão do seu carro, em frente ao seu bar.
"Esse crime chamou a atenção porque é uma região que quase não tem crimes graves", disse o coordenador operacional do 23º Batalhão da PM, major Gilberto Hernandes Júnior.
O crime foi na rua Apinajés, a mesma onde uma jovem de 25 anos levou dois tiros do assaltante que levou o seu carro. "Não adianta apenas a população estar segura. Ela tem de se sentir segura", disse o major.
Segundo ele, uma comparação dos principais crimes mostra que, entre 2009 e este ano, apenas os roubos de veículos têm crescido na região, principalmente na rua Tucuna, onde há escola, comércio e bares.
Nessa via, o aumento desse tipo de crime foi de 33% entre 1º de janeiro e 13 de maio -nesse período de 2009, foram 12 roubos de veículos, contra 16 no mesmo intervalo deste ano.
Na Apinajés, todos os índices criminais caíram entre o ano passado e este ano. A única exceção é o latrocínio envolvendo o comerciante -no ano passado, não houve nenhum caso.

Outra visão
A avaliação da PM não é compactuada pelos moradores e comerciantes da região, que disseram ter percebido um aumento recente da criminalidade. Devido à onda de violência, o Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) dos bairros Perdizes e Pacaembu estuda implantar um sistema que interliga prédios da região por intermédio de radiocomunicadores.
A área em que a PM começou a atuar é o quadrilátero das avenidas Pompeia e Sumaré e ruas Turiassu e Heitor Penteado.
"A onipresença é divina. Nós [policiais] não podemos estar em todos os lugares, mas tentamos fazer um planejamento para atender os principais pontos do bairro e mostrar para a população que estamos agindo", disse o major. Não há prazo para o fim da operação.
Uma das preocupações dos policiais que atuam na região de Perdizes é a subnotificação de crimes (quando a vítima da violência não registra a ocorrência). Sem esses registros, a polícia diz não conseguir estabelecer um planejamento.
"O policiamento na região de Perdizes é bom, mas é preciso que as pessoas liguem para a PM quando virem algo estranho e registrem o boletim de ocorrência dos crimes", disse o comandante da Força Tática do 23º Batalhão, capitão David Fernandes Pedrozza Júnior.


Colaboraram JULIANA GRANJEIA E FERNANDA PEREIRA NEVES


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