|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PM reforça ação em Perdizes, mas diz que bairro é seguro
Principais vias terão maior presença de policiais de elite, à paisana e sobre motos
Aumento do efetivo ocorre após comerciante e jovem serem baleados em roubos; para major, a maioria dos crimes vem caindo na região
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de um comerciante
ter sido assassinado e uma jovem levar dois tiros durante assaltos ocorridos em intervalo
de oito dias em Perdizes, bairro
de classe média da zona oeste
de São Paulo, a Polícia Militar
reforçou a segurança no bairro.
Desde ontem, policiais à paisana, além de membros da Força Tática (grupo de elite da PM)
e da Rocam (Ronda com o
Apoio de Motocicletas), circulam pelas principais vias.
A PM diz, no entanto, que a
situação está "sob controle" e
que a chamada Operação Perdizes visa acabar com a sensação de insegurança que tomou
conta da região desde a morte
de Allan Benites Cardoso, 34,
no dia 11, pelo ladrão do seu carro, em frente ao seu bar.
"Esse crime chamou a atenção porque é uma região que
quase não tem crimes graves",
disse o coordenador operacional do 23º Batalhão da PM, major Gilberto Hernandes Júnior.
O crime foi na rua Apinajés, a
mesma onde uma jovem de 25
anos levou dois tiros do assaltante que levou o seu carro.
"Não adianta apenas a população estar segura. Ela tem de
se sentir segura", disse o major.
Segundo ele, uma comparação
dos principais crimes mostra
que, entre 2009 e este ano, apenas os roubos de veículos têm
crescido na região, principalmente na rua Tucuna, onde há
escola, comércio e bares.
Nessa via, o aumento desse
tipo de crime foi de 33% entre
1º de janeiro e 13 de maio -nesse período de 2009, foram 12
roubos de veículos, contra 16
no mesmo intervalo deste ano.
Na Apinajés, todos os índices
criminais caíram entre o ano
passado e este ano. A única exceção é o latrocínio envolvendo
o comerciante -no ano passado, não houve nenhum caso.
Outra visão
A avaliação da PM não é compactuada pelos moradores e comerciantes da região, que disseram ter percebido um aumento recente da criminalidade. Devido à onda de violência,
o Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) dos bairros
Perdizes e Pacaembu estuda
implantar um sistema que interliga prédios da região por intermédio de radiocomunicadores.
A área em que a PM começou
a atuar é o quadrilátero das avenidas Pompeia e Sumaré e ruas
Turiassu e Heitor Penteado.
"A onipresença é divina. Nós
[policiais] não podemos estar
em todos os lugares, mas tentamos fazer um planejamento
para atender os principais pontos do bairro e mostrar para a
população que estamos agindo", disse o major. Não há prazo para o fim da operação.
Uma das preocupações dos
policiais que atuam na região
de Perdizes é a subnotificação
de crimes (quando a vítima da
violência não registra a ocorrência). Sem esses registros, a
polícia diz não conseguir estabelecer um planejamento.
"O policiamento na região de
Perdizes é bom, mas é preciso
que as pessoas liguem para a
PM quando virem algo estranho e registrem o boletim de
ocorrência dos crimes", disse o
comandante da Força Tática do
23º Batalhão, capitão David
Fernandes Pedrozza Júnior.
Colaboraram JULIANA GRANJEIA E FERNANDA PEREIRA NEVES
Texto Anterior: Ação da prefeitura só atende mercado, diz arquiteto Próximo Texto: Apinajés pode ganhar "rede de porteiros" Índice
|