São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011
![]() |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Skatistas usam rua Augusta como pista radical Velocidade pode chegar a 40 km/h
FABIANA CAMBRICOLI DO "AGORA" Na rua Augusta, na região central de São Paulo, as manobras e as derrapadas não se restringem ao espaço das calçadas. Nas noites de sábado, é comum ver skatistas descendo a rua em alta velocidade, até de ponta-cabeça. Nesses dias, com as atraentes opções de bares e baladas da rua Augusta, os skatistas aproveitam o local para se aventurar e ainda se locomover de um ponto para outro. Tudo em meio a ônibus e trânsito intenso. "A gente desce para tomar umas cervejas e ver as minas", conta o skatista Rafael Calil, 28. Ele afirma que, na descida da Augusta em direção ao centro, o skate pode chegar a 40 km/h. Mais do que uma forma de locomoção, o metalúrgico Felipe Tiglea, 26, usa o skate na rua Augusta como forma de se divertir e chamar a atenção. No meio da faixa, ele desce a rua plantando bananeira sobre o skate. "É legal porque as pessoas até elogiam, é uma forma de levantar o ibope", brinca.Para os skatistas, a prática não é perigosa. "A gente espera fechar o semáforo para descer. Andar de skate na Augusta é como surfar, você fica um tempão esperando a onda certa", diz Tiglea. O skatista Kaique Rodrigues Nakano, 22, diz que é justamente o tráfego intenso que diminui o risco. "A gente anda mais atento." TRADIÇÃO RADICAL Muito antes de o skate se tornar popular, a rua Augusta já era sinônimo de velocidade e aventura para os jovens. Entre as décadas de 40 e 60, garotos também desciam a rua no meio da faixa sobre carrinhos de rolimã. "Na década de 50, a rua Augusta era de paralelepípedo. Só o centro dela tinha asfalto porque era por onde os bondes passavam. A gente, então, descia na parte que ficava entre os trilhos dos bondes", conta o advogado Joel Machado, 67, que morou na rua dos seis aos nove anos. "A gente saía quando vinha um bonde, mas, na época, o movimento era bem menor do que hoje", conta. Assim como os skatistas, que descem e sobem a rua várias vezes, os jovens desciam de carrinho e subiam agarrados aos bondes. "Mas era só até o cobrador ver a gente. Quando ele vinha, a gente pulava com o bonde em movimento. Era outra aventura", diz o consultor Miguel Chammas, 70, que viveu na região de 1940 até 1958. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Crack colorido desbanca óxi entre usuários Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |