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Governo federal descarta o uso do Exército contra criminosos no Rio
Forças Armadas cederão apenas armas, equipamentos e veículos à polícia
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O governo federal resolveu
não ceder militares das Forças
Armadas para combater criminosos no Rio, como pediu, em 3
de janeiro, o governador Sérgio
Cabral Filho (PMDB) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). A decisão foi anunciada
ontem pelo Ministério da Defesa em nota oficial. O texto informa que as Forças Armadas
apenas cederão armas, equipamentos e viaturas à Secretaria
de Segurança Pública do Estado do Rio. Homens, não.
Três dias após assumir, o governador pediu ao presidente,
em reunião no Palácio do Planalto, que determinasse a colaboração das Forças Armadas
no combate à criminalidade no
Rio, inclusive com a cessão de
profissionais. Lula disse na ocasião que o ajudaria. Em 11 de
maio, no Rio, Cabral entregou a
Lula ofício em que formalizava
o pedido. Mais uma vez o presidente prometeu apoiá-lo.
Ontem, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame,
participou de reunião no Rio
com representantes do Ministério da Defesa, à frente o chefe
do Estado-Maior de Defesa, tenente-brigadeiro Cleonilson
Nicácio Silva.
O secretário, que nunca foi
entusiasta da presença de tropas militares em favelas, ouviu
que a Constituição veta a atuação de militares como policiais.
"As propostas apresentadas
pelo Ministério da Defesa levaram em conta as solicitações
contidas no documento do governo do Estado do Rio de Janeiro e as possibilidades e disponibilidades das organizações
das Forças Armadas sediadas
no Rio", informa a nota.
A colaboração do governo federal com a área de segurança
do Rio se dará por meio da cessão de instalações das Forças
Armadas para integrantes da
Força Nacional de Segurança
Pública, no Estado desde janeiro. Também serão cedidos fuzis, lanchas e helicópteros.
Na reunião, os representantes do governo federal abordaram o que a nota chama de "legado a ser transferido ao governo do Rio após o encerramento
dos Jogos Pan-Americanos",
em julho, como centros de comunicações e controle, redes
de observação eletrônica e aparelhos de última geração.
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