São Paulo, domingo, 15 de junho de 2008

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Primeira turma do Balé da Cidade de SP se reencontra 40 anos depois

A turma pode ser chamada de a primeira companhia estável de dança da cidade

GUSTAVO FIORATTI
DA REVISTA DA FOLHA

Com base no programa da primeira apresentação do Balé da Cidade de São Paulo -na época chamado Corpo de Baile Municipal- a reportagem promoveu o reencontro de parte das 18 bailarinas e 14 bailarinos que, há 40 anos, reuniram-se para apresentar uma encenação de "La Traviata", de Verdi. A turma pode ser chamada de a primeira companhia estável de dança da cidade.
O resultado dessa busca foi o reencontro emocionado de 11 deles, no sábado, dia 7. Antes de subirem ao palco para fazer a foto principal que ilustra a reportagem, a turma de ex-colegas fez um mergulho sentimental no passado. "Foi emocionante lembrar de nossa época no teatro, nosso trajeto ali dentro, passar por trás do palco, refazendo o caminho que percorríamos todos os dias para pegar o elevador e ir até a cúpula, onde ensaiávamos", diz Mariangela D'Andrea, 58, que foi solista em grande parte das estréias apresentadas até meados dos anos 70 e hoje dá aulas na Escola Municipal de Bailado.
A procura pelos integrantes dessa velha guarda começou há cerca de dois meses. A partir da lista dos aprovados na audição pública, a reportagem rastreou 27 daqueles jovens, que tinham de 16 a 22 anos na época. O evento também ficou desfalcado de seis que moram fora de São Paulo e de outros seis bailarinos que já morreram.
Para os 11 que deram as caras na reunião, com direito a um bolo de parabéns da confeiteira Nininha Sigrist, a viagem no tempo foi permeada de histórias contadas entre abraços.
No salão nobre do teatro, muitas delas sacaram da bolsa suas máquinas fotográficas para retratar uma mesma cena: de um grupo de ex-bailarinos que envelheceram mas que, de alguma forma, ainda trazem uma elegância na postura, nos passos e nos movimentos sutis. Só os cabelos bem vermelhos de Cleusa Dias, que não revela a idade, é que destoaram de um perfil tão comportado.
A passagem dos anos naturalmente foi distanciando os antigos colegas. "Algumas das meninas eu não encontrava havia mais de 30 anos. Foi estranho", diz Elenice Ferreira, 55, outra bailarina de destaque no grupo, que hoje comanda sua própria escola de dança.
O balé continuou presente na vida de sete deles. Quatro ex-bailarinas ainda continuam na ativa agora como professoras e duas migraram para funções secundárias da área.


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