São Paulo, quarta-feira, 15 de junho de 2011

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Motorista diz que faixa malfeita pode gerar acidente

Condutores afirmam não ver o tráfego na transversal quando respeitam faixa

Questão vem à tona com campanha da prefeitura para conscientizar os motoristas sobre a prioridade de pedestres


Danilo Verpa/Folhapress
Carro avança sobre a faixa ao virar na esquina das ruas Maestro Cardim e Santa Madalena

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

"Tem gente que xinga: "Não tá vendo a faixa?". Mas como vou saber se não tem carro vindo, para eu poder entrar?", reclama a motorista Adilma de Almeida, 32.
Condutores ouvidos pela Folha na cidade de São Paulo dizem que há situações em que não conseguem obedecer à lei e dar prioridade aos pedestres na faixa.
Uma delas é quando precisam "embicar" na rua, bem onde passa a faixa, para ter a visão da via transversal e calcular se é possível entrar nela sem o risco de acidentes.
A questão vem à tona com a campanha da prefeitura para conscientizar os motoristas sobre a prioridade dos pedestres na faixa.
O problema é enfrentado pelos motoristas e pedestres na esquina da rua Santa Madalena com a Maestro Cardim, na Bela Vista (centro), onde não existe semáforo.
"Se a gente fica atrás da faixa, não tem visibilidade nenhuma", diz o motorista Celso da Costa, 52, que passa por ali para ir ao trabalho.
A cena se repete em grande parte dos cruzamentos sem semáforo. Um solução seria recuar a faixa em alguns metros, para que o motorista pudesse chegar até a esquina sem parar sobre ela.
Mas a alternativa "é pior para o pedestre, que tem que se desviar até 20 metros a cada travessia", diz Eduardo Piavati, sociólogo especialista em segurança no trânsito.
Outra situação enfrentada pelos motoristas é, numa conversão, terem que ficar parados no cruzamento enquanto esperam o fim da travessia dos pedestres.
"Se você fica parado antes da faixa, buzinam atrás. Às vezes eu não sei o que fazer", diz a motorista Karin Chinen, 28. Como a prioridade é do pedestre, a única coisa a fazer é aguardar, sem avançar sobre a faixa, afirma Piavati.


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