|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Camelô paga para reservar ponto
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Associação dos Nordestinos
do Estado de São Paulo está reservando pontos para camelôs em
uma área que será transformada
em camelódromo no Brás, mas a
empresa responsável pelo terreno
afirma que ainda não começou a
comercializar o espaço.
O local fica em um terreno da
RFFSA (Rede Ferroviária Federal), e a empresa GSA Serviços
Gerais e Transportes tem a concessão de uso e deverá abrir espaço para a instalação de um shopping popular. "Nós não demos
autorização para ninguém reservar a área em nome da empresa",
disse o dono, Geraldo Amorim.
Carlos Alievi, também da GSA,
disse que não há acordo para reservar previamente o local. "Demos oportunidade de as associações mandarem seus associados,
mas não existe parceria."
No entanto, segundo uma declaração que leva o símbolo da associação, pelo menos 482 espaços
foram reservados. O documento é
assinado pelo presidente da entidade, Carlos Roberto de Freitas
Pereira, que declara ter feito "482
inscrições para a feira de ambulantes". O endereço mencionado
é o das "confluências da av. do Estado com a rua São Caetano".
Pereira disse que a entidade é
parceira da GSA e disse que a reserva do espaço não foi feita, pois
o cheque recebido não tinha fundos. "Não houve venda de área.
Foi uma reserva para um senhor,
o qual se intitula representante de
uma igreja. Ele se propôs a fazer a
reserva e o cheque voltou."
Segundo Pereira, a associação é
beneficente e cobra taxa de R$ 10
dos cerca de 1.500 associados para
o oferecimento de serviços. "Nós
trabalhamos em prol do povo, do
nordestino, da comunidade de
rua. Nós oferecemos médico,
dentista, advogado, oculista."
A área de cerca de 38 mil m2 vai
ser dividida entre 3.000 camelôs,
que podem começar a se cadastrar na GSA. Segundo o proprietário, será cobrada uma taxa de
até R$ 200 por mês.
Ontem, o secretário de Serviços
e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, foi ao local para estimular a
reforma da área. O objetivo é retirar da rua Oriente a feira da madrugada que funciona clandestinamente há dois anos.
Texto Anterior: Sacoleiros já migram para bairro Próximo Texto: Mortes Índice
|