São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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Camelô paga para reservar ponto

SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação dos Nordestinos do Estado de São Paulo está reservando pontos para camelôs em uma área que será transformada em camelódromo no Brás, mas a empresa responsável pelo terreno afirma que ainda não começou a comercializar o espaço.
O local fica em um terreno da RFFSA (Rede Ferroviária Federal), e a empresa GSA Serviços Gerais e Transportes tem a concessão de uso e deverá abrir espaço para a instalação de um shopping popular. "Nós não demos autorização para ninguém reservar a área em nome da empresa", disse o dono, Geraldo Amorim.
Carlos Alievi, também da GSA, disse que não há acordo para reservar previamente o local. "Demos oportunidade de as associações mandarem seus associados, mas não existe parceria."
No entanto, segundo uma declaração que leva o símbolo da associação, pelo menos 482 espaços foram reservados. O documento é assinado pelo presidente da entidade, Carlos Roberto de Freitas Pereira, que declara ter feito "482 inscrições para a feira de ambulantes". O endereço mencionado é o das "confluências da av. do Estado com a rua São Caetano".
Pereira disse que a entidade é parceira da GSA e disse que a reserva do espaço não foi feita, pois o cheque recebido não tinha fundos. "Não houve venda de área. Foi uma reserva para um senhor, o qual se intitula representante de uma igreja. Ele se propôs a fazer a reserva e o cheque voltou."
Segundo Pereira, a associação é beneficente e cobra taxa de R$ 10 dos cerca de 1.500 associados para o oferecimento de serviços. "Nós trabalhamos em prol do povo, do nordestino, da comunidade de rua. Nós oferecemos médico, dentista, advogado, oculista."
A área de cerca de 38 mil m2 vai ser dividida entre 3.000 camelôs, que podem começar a se cadastrar na GSA. Segundo o proprietário, será cobrada uma taxa de até R$ 200 por mês.
Ontem, o secretário de Serviços e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, foi ao local para estimular a reforma da área. O objetivo é retirar da rua Oriente a feira da madrugada que funciona clandestinamente há dois anos.


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