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Ameaça do PCC põe Eletropaulo em alerta
Escuta da Polícia Civil revela que facção pretende atacar redes de fornecimento de energia; objetivo é causar blecaute
Idéia dos criminosos é
queimar pneus perto de
postes de eletricidade;
concessionária reforçou segurança nesses locais
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A ameaça de ataque do PCC
(Primeiro Comando da Capital) às redes de fornecimento
de eletricidade deixou a Eletropaulo, maior distribuidora de
energia do país, em alerta.
Grampo telefônico feito pelo
Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia) revela que integrantes da facção criminosa
pretendem dar seqüência a um
plano aventado em 2003: causar um blecaute, espécie de
apagão, na Grande São Paulo.
Responsável pela energia
elétrica de 16,2 milhões de pessoas em 24 dos 39 municípios
da região metropolitana, a Eletropaulo foi informada pela polícia da nova ameaça, que visa a
atacar a unidade de Diadema.
Preocupada, a empresa reforçou a segurança de seu efetivo, que não usa armas, nas quase 150 subestações da área de
concessão. Além disso, requisitou apoio das forças de segurança do Estado, principalmente no que se refere a escoltar seus funcionários de manutenção e serviço em potenciais
alvos de ataques.
As polícias Civil, Militar e o
grupamento do Corpo de Bombeiros da capital e cidades do
entorno foram informados do
plano de "apagão" do PCC.
Dentre as táticas adotadas pela
facção, está queimar pneus perto dos fios e cabos elétricos de
postes de iluminação.
"Os bandidos planejam queimar redes de energia. O método é colocar os pneus embaixo
dos transformadores, mas, se
isso ocorrer, só afetará áreas
isoladas. Eles querem desestabilizar a ordem pública e a paz,
mas a polícia trabalha sincronizada", afirmou Paul Henry Borzon Verduraz, delegado do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) de São
Bernardo do Campo.
Segundo informou à Folha a
Eletropaulo, por meio de sua
assessoria de imprensa, a ocorrência de um blecaute não é
impossível, mas improvável, já
que o sistema é fracionado e interligado. A pane num ponto
atinge apenas a microrregião.
De acordo com a PM, o policiamento pedido pela Eletropaulo está sendo feito em pontos sensíveis, ou seja, estações e
subestações de energia.
Os seguranças dessas unidades receberam a informação da
Polícia Militar de que serão
prontamente atendidos num
possível ataque do PCC.
Na capital, a preocupação
dos policiais é com atentados a
postes de fios elétricos.
"Estamos concentrados numa força-tarefa para inibir esses atos criminosos. Os bombeiros foram alertados sobre
incêndios na rede elétrica", falou Dejar Gomes Neto, delegado seccional da região Oeste.
Até as 19 horas de ontem, nenhum problema havia sido detectado no fornecimento de
energia elétrica das 5,3 milhões
de ligações, segundo informou
a Eletropaulo. Procuradas pela
reportagem, a Elektro, que fornece energia a seis cidades da
região metropolitana, e a Bandeirantes, que atende Guarulhos, disseram não ter sido avisadas das ameaças.
Colaborou MÁRCIO PINHO , da Reportagem
Local
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