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Seis homens são mortos na Grande SP
Delegado diz que não crê em participação de policiais e que vítimas foram mortas por não atenderem a ordens do PCC
Investigações apontam que
todos os assassinatos possuem ligação; alvos
dos criminosos já tinham passagem pela polícia
SERGIO TORRES
EM SÃO PAULO
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis homens foram mortos a
tiros na noite de anteontem em
quatro pontos do município de
Carapicuíba (Grande São Paulo).Todos tinham passagens
pela polícia por crimes como
homicídio, assalto e tráfico.
As investigações iniciais da
Polícia Civil indicam que os assassinatos estão interligados.
Teriam sido praticados por
grupos diferentes, mas sob uma
única coordenação.
Embora tenha dito não haver
pistas dos assassinos, o delegado Darlan Carlos Pinto, do 1º
Distrito Policial, afirmou acreditar que as mortes não foram
cometidas por policiais.
Pinto apontou o PCC como
responsável pela matança. Segundo ele, a facção teria decretado a morte de criminosos que
não aderiram aos ataques promovidos em maio e nesta semana. "O PCC tem um estatuto
que prevê a morte de subordinados que não obedecerem às
ordens dos superiores", disse.
As mortes começaram às
21h40, na rua José Ítalo de Camargo, no bairro Aldeia. O pintor Denilson Aparecido Soares,
23, andava de bicicleta quando
dois homens em um Celta preto e com toucas atiraram contra ele. Depois que a vítima
caiu, os assassinos passaram
com o carro sobre o corpo.
Soares tinha sido preso duas
vezes em 2003. A primeira,
acusado de portar documento
falso. A segunda, por uma acusação de homicídio.
Paulo Soares, 40, também
pintor e tio da vítima, disse que
o sobrinho era "tranqüilo". Ele
não quis falar sobre suspeitos.
"Ninguém viu nada. Não sei
quem são os matadores. Só sei
que mataram muita gente."
Dez minutos depois, João
Eduardo Leandro, 38, foi morto
a tiros dentro de um bar na estrada do Cabreúva.
Ninguém prestou depoimento. No boletim de ocorrência só
consta que um "atirador ou atiradores" entraram na lanchonete Lima e balearam a vítima
nas costas e braços. Leandro
havia sido preso em 1987 sob a
acusação de lesão corporal e em
2002, acusado por assalto.
A chacina prosseguiu às
23h20 na favela Santo Estevão.
O corpo do servente Roberto
Carlos de Almeida, o Tobezinho, 36, foi encontrado na rua
Tibagi. Processada por furto e
tráfico de drogas, a vítima foi
baleada no peito.
Cinco minutos depois, foram
mortos no bairro Vila Dirce o
paraplégico Fábio Rodrigo de
Oliveira Cunha, 24, e um homem negro de cerca de 25 anos,
cuja identidade permanecia
desconhecida até a noite de ontem. Cunha já havia sido preso
por porte de arma, em 2002.
Pouco antes da meia-noite,
no bairro Jardim Jequitibá, Roberto Félix Filho, 26, foi morto
a tiros em um bar. Testemunhas contaram que os assassinos estavam encapuzados. Não
falaram quantos eram. O dono
do bar, com medo de represálias, disse apenas que os bandidos mandaram que o público se
abaixasse antes de atirar.
Ele já tinha sido preso acusado de assalto e furto. No bar, foi
ferido na perna direita João
Medeiros Filho, 32, que responde a dois processos por furto. Ele está hospitalizado.
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