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Para governo, problemas são normais
Secretário de Educação Superior do MEC nega ter havido falta de planejamento ou de recursos na expansão universitária
DO ENVIADO A SANTOS
O secretário de Educação Superior, Ronaldo Mota, 52, nega
ter havido falta de planejamento ou de recursos na expansão
universitária e diz que os problemas surgidos são naturais
num projeto dessa dimensão.
"Quando você tira uma fotografia, você não vê o filme. Em
uma fotografia de uma obra,
por mais importante que ela seja, aparecem as coisas boas e as
ruins. A seqüência da fotografia
nós temos certeza que será
muito positiva. Não somos ingênuos. Sabemos que fazer envolve enfrentar dificuldades,
mas vale a pena", afirmou ele.
Para Mota, o principal motivo de problemas é a característica do projeto, que visa a interiorização. "Para quem não
quer dificuldade bastaria não
crescer. Se quisesse menos dificuldades, era só crescer onde já
tem. Não foi essa a opção do governo Lula. Foi exatamente a
de procurar as regiões mais remotas, realizar um grande programa de interiorização."
Para demostrar não haver
falta de recursos, ele diz que há
quatro anos as verbas de custeio para manutenção básica
das universidades giravam em
torno de R$ 550 milhões, passando hoje para R$ 1,2 bilhão.
Ao comentar as críticas dos
reitores, de ter havido falta de
planejamento de médio e longo
prazos, ele disse que tudo foi
feito "com conhecimento e
consentimento" dos reitores e
dos conselhos, mas admite que
uma próxima etapa deve ser
mais bem planejada.
"O Reuni [Programa de
Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], a nova etapa de
expansão, deve estabelecer um
crescimento muito mais coerente. As universidades não
precisarão fazer nenhum tipo
de definição precipitada, poderão se planejar e se organizar a
partir de uma disposição expressa e de forma muita clara."
Ao ser questionado se houve
precipitação, então, na primeira etapa, ele voltou a dizer que
não. "O Reuni será um modelo
mais harmônico, mas o anterior não teve problema de planejamento. Tínhamos consciência de que alguns problemas seriam enfrentados, mas
não houve nenhum prejuízo essencial à qualidade, e serão resolvidos gradativamente."
Sobre as críticas de que a expansão teria sido feita no afogadilho com o objetivo eleitoreiro
de munir os discursos de reeleição do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, Mota também
usou o Reuni. "É tão equivocada essa visão. O suposto candidato já ganhou. Por que, agora,
vem um programa mais forte
ainda e ninguém o acusa de
eleitoreiro?", afirmou ele.
De acordo com o secretário,
um dos principais problemas, a
falta de pessoal, deve ser solucionado ainda neste ano, com a
incorporação de 2.880 novos
docentes e 5.000 técnicos administrativos, dos quais cerca
de 2.000 professores e metade
dos técnicos destinados à expansão. "Isso consolida, de forma definitiva, a expansão."
Sobre a assistência estudantil, Mota afirmou que ela cresceu de R$ 32 milhões para R$
53 milhões, de 2006 para 2007,
mas é insuficiente. "Não tem a
promessa que vai ter restaurante nem moradia para todos,
mas certamente devemos ter
uma atenção especial aos talentosos e carentes", disse.
Para os alunos, o secretário
deu um recado. "Mesmo com
todas as dificuldades, eu tenho
certeza de que a sua formação
acadêmica final será muito positiva. Esses momentos que as
primeiras turmas passam não
são diferentes das experiências
que as primeiras turmas das
melhores universidades do país
e do mundo tiveram."
(RP)
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