|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OSWALDO ARGENTINI (1927-2010)
O comerciante e as ferramentas
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
O que pedissem a Oswaldo
Argentini, ele emprestava,
menos as ferramentas. Era
com elas que ele se distraía.
Certa vez, meteu-se a esculpir um dente em cera para
o filho levar na faculdade. Júnior cursava odontologia e
mostrou a peça para o professor, que a considerou perfeita, autoria de alguém muito
experiente. Questionou então o aluno: "O que seu pai
faz? É dentista protético?"
Que nada. Oswaldo era apenas um comerciante que gostava de atividades manuais.
Nascido em São Paulo, filho de mãe italiana e pai esloveno, ele ganhou o sobrenome Argentini por erro do cartório. O original era Argentin,
família que acabou se desmembrando entre os Argentino e os Argentini, por equívocos na hora do registro.
Na época em que teve uma
tecelagem, contratou uma
funcionária por quem acabou se encantando. Casou-se
com Apparecida em 1955.
Nos anos 60, montou no
número 521 da rua Bresser a
Casa Cida, cujo nome homenageava a mulher. Trabalhou com tecidos e roupas e
manteve a loja por 20 anos.
Antes de se aposentar, foi
ainda proprietário do posto
de gasolina Telma, na Liberdade, centro da capital. O nome era outra homenagem,
mas a uma personagem da
novela "O Bem Amado".
Para quem não o conhecia, parecia ser turrão, mas,
em casa, gostava de tirar sarro das coisas, diz o filho.
Há dez anos, sofreu um infarto. Na quarta-feira (7),
morreu aos 83 anos, em decorrência de uma pneumonia. Teve quatro filhos, mas
perdeu três ainda bebês.
A missa de sétimo dia será
realizada no sábado, às
15h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, no Paraíso,
em São Paulo.
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Brasileira paga US$ 55 milhões em multa por fraudes nos EUA Índice
|