São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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OSWALDO ARGENTINI (1927-2010)

O comerciante e as ferramentas

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O que pedissem a Oswaldo Argentini, ele emprestava, menos as ferramentas. Era com elas que ele se distraía.
Certa vez, meteu-se a esculpir um dente em cera para o filho levar na faculdade. Júnior cursava odontologia e mostrou a peça para o professor, que a considerou perfeita, autoria de alguém muito experiente. Questionou então o aluno: "O que seu pai faz? É dentista protético?" Que nada. Oswaldo era apenas um comerciante que gostava de atividades manuais.
Nascido em São Paulo, filho de mãe italiana e pai esloveno, ele ganhou o sobrenome Argentini por erro do cartório. O original era Argentin, família que acabou se desmembrando entre os Argentino e os Argentini, por equívocos na hora do registro.
Na época em que teve uma tecelagem, contratou uma funcionária por quem acabou se encantando. Casou-se com Apparecida em 1955.
Nos anos 60, montou no número 521 da rua Bresser a Casa Cida, cujo nome homenageava a mulher. Trabalhou com tecidos e roupas e manteve a loja por 20 anos.
Antes de se aposentar, foi ainda proprietário do posto de gasolina Telma, na Liberdade, centro da capital. O nome era outra homenagem, mas a uma personagem da novela "O Bem Amado".
Para quem não o conhecia, parecia ser turrão, mas, em casa, gostava de tirar sarro das coisas, diz o filho.
Há dez anos, sofreu um infarto. Na quarta-feira (7), morreu aos 83 anos, em decorrência de uma pneumonia. Teve quatro filhos, mas perdeu três ainda bebês.
A missa de sétimo dia será realizada no sábado, às 15h30, na igreja do Santíssimo Sacramento, no Paraíso, em São Paulo.

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