São Paulo, terça, 15 de julho de 1997.



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CRISE
Reajuste máximo seria de 34%, e mínimo, de 5.1%; para governo, são os maiores salários da história da polícia
Covas anuncia aumento para policiais

MAURO TAGLIAFERRI
da Reportagem Local

O governador Mário Covas anunciou ontem reajustes diferenciados para os vários níveis profissionais das polícias Civil e Militar de São Paulo e, pelo menos em relação à PM, conseguiu criar divergências entre suas lideranças.
Em reunião ontem no Palácio dos Bandeirantes, Covas ofereceu a 30 entidades representativas dos policiais um reajuste máximo de 34% sobre o salário-base de soldados de primeira e segunda classes (militares) e carcereiros de quarta e quinta classes (civis).
Para os PMs, o menor percentual oferecido, sempre sobre o salário-base, foi de 8,5%, para os subtenentes. Aos cabos, o governo concede 22,10%, aos terceiros-sargentos, 17%, aos segundos-sargentos, 13,6%, e aos primeiros-sargentos, 11,05%. Covas não propôs reajuste para tenentes, capitães, majores, tenetes-coronéis e coronéis.
A proposta, que precisa ser aprovada pela Assembléia Legislativa, eleva o salário-base de soldados de primeira classe (os que acabam de concluir o treinamento) de R$ 459,72 para R$ 616,02.
O governo ainda concedeu um adicional de localidade de R$ 20,00 para policiais (de soldados a subtenentes) que trabalham em cidades com menos de 50 mil habitantes.
Assim, e contados os outros adicionais, o menor salário de um soldado de primeira classe ficará em R$ 745,89, contra os R$ 693,50 atuais, num acréscimo de 22,54%.
A reivindicação dos PMs é 77,24% de reajuste para os soldados. De subtenentes a coronéis, o aumento pedido é de 25%.
As 11 entidades representativas da PM se reúnem hoje para debater a proposta. Quanto à possibilidade de uma greve, há divergências.
"O risco de greve sempre existe quando há insatisfação. E tenho certeza que a insatisfação acaba de ser plantada", disse o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, Laércio Guellis.
"A greve está descartada. Vamos negociar", declarou, por sua vez, o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Wilson Morais.
Já para a Polícia Civil, o governo não ofereceu reajuste para as carreiras de nível superior, como delegados. O menor índice de reajuste, sobre o salário-base, será de 5,1%, para investigadores, carcereiros e agentes de telecomunicações de classe especial.
"A greve não foi descartada em momento algum", disse Lourival Carneiro, presidente do Sindicato dos Investigadores. Os policiais civis farão assembléia hoje, às 19h.
O governo adianta que a proposta é final, pois representará acréscimo de R$ 22,7 milhões mensais às folhas de pagamento dos policiais. "É o que o Estado pode atender. Independente desse aumento, os salários já são os maiores da história da polícia", afirmou Covas.



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