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CRISE
Reajuste máximo seria de 34%, e mínimo, de 5.1%; para governo, são os maiores salários da história da polícia
Covas anuncia aumento para policiais
MAURO TAGLIAFERRI
da Reportagem Local
O governador Mário Covas
anunciou ontem reajustes diferenciados para os vários níveis profissionais das polícias Civil e Militar
de São Paulo e, pelo menos em relação à PM, conseguiu criar divergências entre suas lideranças.
Em reunião ontem no Palácio
dos Bandeirantes, Covas ofereceu
a 30 entidades representativas dos
policiais um reajuste máximo de
34% sobre o salário-base de soldados de primeira e segunda classes
(militares) e carcereiros de quarta
e quinta classes (civis).
Para os PMs, o menor percentual
oferecido, sempre sobre o salário-base, foi de 8,5%, para os subtenentes. Aos cabos, o governo
concede 22,10%, aos terceiros-sargentos, 17%, aos segundos-sargentos, 13,6%, e aos primeiros-sargentos, 11,05%. Covas não
propôs reajuste para tenentes, capitães, majores, tenetes-coronéis e
coronéis.
A proposta, que precisa ser aprovada pela Assembléia Legislativa,
eleva o salário-base de soldados de
primeira classe (os que acabam de
concluir o treinamento) de R$
459,72 para R$ 616,02.
O governo ainda concedeu um
adicional de localidade de R$ 20,00
para policiais (de soldados a subtenentes) que trabalham em cidades
com menos de 50 mil habitantes.
Assim, e contados os outros adicionais, o menor salário de um soldado de primeira classe ficará em
R$ 745,89, contra os R$ 693,50
atuais, num acréscimo de 22,54%.
A reivindicação dos PMs é
77,24% de reajuste para os soldados. De subtenentes a coronéis, o
aumento pedido é de 25%.
As 11 entidades representativas
da PM se reúnem hoje para debater
a proposta. Quanto à possibilidade
de uma greve, há divergências.
"O risco de greve sempre existe
quando há insatisfação. E tenho
certeza que a insatisfação acaba de
ser plantada", disse o presidente
da Associação dos Subtenentes e
Sargentos, Laércio Guellis.
"A greve está descartada. Vamos
negociar", declarou, por sua vez, o
presidente da Associação de Cabos
e Soldados, Wilson Morais.
Já para a Polícia Civil, o governo
não ofereceu reajuste para as carreiras de nível superior, como delegados. O menor índice de reajuste, sobre o salário-base, será de
5,1%, para investigadores, carcereiros e agentes de telecomunicações de classe especial.
"A greve não foi descartada em
momento algum", disse Lourival
Carneiro, presidente do Sindicato
dos Investigadores. Os policiais civis farão assembléia hoje, às 19h.
O governo adianta que a proposta é final, pois representará acréscimo de R$ 22,7 milhões mensais
às folhas de pagamento dos policiais. "É o que o Estado pode atender. Independente desse aumento,
os salários já são os maiores da história da polícia", afirmou Covas.
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