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Exército protege palácio da PB da PM
ADELSON BARBOSA
da Agência Folha, em João Pessoa
O Palácio da Redenção, sede do
governo da Paraíba, amanheceu
ontem cercado por cerca de 300
soldados e quatro tanques de guerra (urutus) do Exército.
O governador José Maranhão
(PMDB) pediu proteção de tropas
federais ao presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Maranhão temia confusão e invasão do palácio durante a manifestação contra os baixos salários
dos PMs, ontem pela manhã. Quase houve confronto, mas a ameaça
de repetir os tumultos de Minas no
início do mês não se concretizou.
Os três batalhões do Exército em
João Pessoa e Bayeux (na região
metropolitana) passaram o dia ontem em prontidão, segundo apurou a Agência Folha.
A manifestação, ocorrida na praça João Pessoa, em frente ao Palácio da Redenção, Tribunal de Justiça e Assembléia Legislativa, reuniu entre 700 e 800 PMs, segundo
os líderes do movimento.
No início da tarde, os manifestantes decidiram entrar em greve
por tempo indeterminado.
Os PMs reivindicam salários em
torno de R$ 380,00. O governo diz
que não tem dinheiro para atender
a reivindicação.
O governador José Maranhão
não quis revelar a contraproposta
do governo. Ele afirmou que "é
uma contraproposta estratégica,
que não pode ser divulgada".
Durante o protesto, os PMs atearam fogo aos contracheques, promoveram um "apitaço", distribuíram rosas à população, colocaram tarjas pretas no braço em sinal
de luto e denunciaram o estado de
miséria em que vivem.
Confronto
Os manifestantes quase entraram em confronto com os soldados do Exército, ao tentarem invadir a área interditada em frente ao
palácio. Foi preciso reforço na segurança.
Os PMs estavam desarmados. Os
soldados do Exército estavam armados com cassetetes, metralhadoras, rifles e pistolas.
Na Paraíba, existem cerca de
7.500 PMs. De acordo com o governador, a manifestação de ontem só atingiu 5% (375 policiais)
das tropas nos seis batalhões existentes na Paraíba.
Ele disse que o governo não negocia com grevistas. Maranhão
afirmou que o regulamento interno da PM será aplicado a eles.
O regulamento prevê punição
para PMs que participam de manifestações de rua. As punições vão
de advertência à prisão e expulsão.
A manifestação reuniu comitivas
de PMs de João Pessoa e dos municípios de Campina Grande, Patos,
Guarabira, Cajazeiras, Sousa, Sapé, Mamanguape e Itaporanga.
Nos batalhões de Patos e Cajazeiras, os PMs, segundo as lideranças, foram impedidos de sair às
ruas pelos comandos.
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