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Migrantes não querem voltar
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma cesta básica fornecida pela igreja e doação de sobras
de alimentos, a catadora de papel
Marta Maria Bastos, 43, afirma
conseguir sobreviver com menos
de um salário mínimo por mês.
Nascida em Cidade do Cabo, a
40 quilômetros de Recife, ela veio
há 15 anos para São Paulo com os
quatro filhos em busca de um futuro melhor. "Aqui é muito melhor, não passo fome. Mas, se morasse em um sítio lá na minha terra, eu não ficaria tão doente."
A desempregada Julieta Silva
Santos, 58, que sofre de hipertensão e reumatismo, sobrevive com
dois salários mínimos por mês,
em uma favela da zona sul de São
Paulo com três filhos e uma neta.
Há 41 anos em São Paulo, ela
não gostaria de voltar à sua terra
natal, Piatã (BA). "Quando eu
morava lá era ruim. Hoje dizem
que está melhor, meu filho disse
que tem até hospital".
Mãe de cinco filhos, a desempregada Joanice dos Santos, 27,
veio da Bahia há 12 anos. Mesmo
dizendo que "já cansou" de ver os
filhos com diarréia e pneumonia,
ela, que ganha dois salários mínimos, acha que a vida no Sudeste é
bem melhor.
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