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Comandantes de 7 batalhões da PM são afastados no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio afastou ontem os comandantes de sete batalhões da PM (Polícia Militar).
Apesar de ter acontecido em
meio a denúncias sobre a proteção de policiais ao traficante Elias
Pereira da Silva, o Elias Maluco, a
medida foi classificada pelo governo como parte de "um plano
estratégico de segurança".
Ontem, a Corregedoria de Polícia Unificada recebeu a denúncia
de que Elias Maluco estaria no
bairro Água Mineral (São Gonçalo, a 20 km do Rio) disfarçado
com uma farda do Corpo de
Bombeiros. A informação está
sendo investigada.
A governadora Benedita da Silva, candidata à reeleição pelo PT,
e o secretário de Segurança, Roberto Aguiar, negaram que haja
crise na segurança.
"Está em crise quem apostou no
caos e não conseguiu implantar o
caos", disse Benedita.
De acordo com Aguiar, a troca
de comandantes foi uma "medida
corriqueira" e uma "adequação
aos serviços que têm de ser prestados à população".
"Quando mexemos no comando de um batalhão, acabamos
tendo de mexer em outros para
poder acertar as coisas", disse o
secretário, referindo-se à troca, no
sábado, do coronel Venâncio
Moura pelo coronel Sérgio Meinicke no comando do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Os batalhões afetados pelas mudanças foram os de Botafogo (2º),
Bangu (14º), os das cidades de
Barra do Piraí (10º), Nova Friburgo (11º) e Petrópolis (25º), o de
Turismo e o do Grupamento Aeromarítimo.
A PM informou que o destino
dos comandantes afastados ainda
não está decidido. Na prática, eles
foram suspensos das atividades
diárias da PM.
Anteontem, a Corregedoria vistoriou o 14º BPM (Batalhão da Polícia Militar). O órgão recebera a
denúncia de que um aliado do
traficante Celso Luiz Rodrigues, o
Celsinho da Vila Vintém, era
mantido refém na unidade desde
sábado e que policiais estariam
cobrando R$ 100 mil para libertá-lo. Os investigadores não localizaram o suposto refém.
Laudo
O secretário disse ser preciso esperar o resultado de todos os laudos sobre a morte de André da
Cruz Barbosa, o André Capeta,
antes de afirmar qual foi a causa.
"Por enquanto, tudo é hipótese."
O traficante, cúmplice de Elias
Maluco na morte do jornalista
Tim Lopes, desaparecido no dia 2
de junho, morreu anteontem com
um tiro na cabeça.
A polícia anunciou que a principal hipótese é suicídio.
Segundo o secretário, só o exame residuográfico, que deve sair
até amanhã, poderá confirmar a
hipótese de suicídio. O exame detecta a presença de pólvora nas
mãos da vítima.
Ontem, o chefe da Polícia Civil,
Zaqueu Teixeira, mostrou as imagens do traficante na clínica Doutor Balbino, em Olaria (zona norte), onde recebeu um primeiro
atendimento, antes de ser transferido para o hospital Getúlio Vargas, em que morreu.
As imagens mostram o soldado
Luiz Gustavo Rangel Euzébio, do
Corpo de Bombeiros, com dois
parentes e um vizinho do traficante. Para Teixeira, o bombeiro
não agiu sob ameaça ao socorrer
Capeta em uma ambulância da
corporação.
"Não há ninguém armado, nada
que indique ameaça. Todos parecem bem tranquilos", disse.
Euzébio depôs ontem na Corregedoria. Ele afirmou que levou
André Capeta sob ameaça de traficantes. O corregedor Aldney
Peixoto disse que confrontará os
depoimentos do cabo no Corpo
de Bombeiros, na DRE (Divisão
de Repressão a Entorpecentes) e
na 22ª Delegacia de Polícia. "Ele
não me convenceu. Sou um homem muito desconfiado. Vou
continuar investigando."
O traficante foi enterrado ontem no cemitério de Irajá (zona
norte). Os parentes não deram entrevistas.
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