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São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

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Igrejas evangélicas auxiliam imigrantes ilegais

ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

As igrejas evangélicas brasileiras são o principal ponto de apoio para os brasileiros que moram no exterior. Desde que chegam aos Estados Unidos ou aos principais países da Europa ocidental, os brasileiros recebem todo tipo de apoio dessas igrejas, inclusive para alimentação e moradia.
Na região de Boston, há mais de 15 igrejas evangélicas brasileiras. Com isso elas se tornam o ponto de convergência social dos brasileiros, e os pastores se transformam em líderes da comunidade. Em Zurique, as igrejas hospedam os que ainda não conseguiram emprego, fornecem alimentação para eles e aulas de alemão.
O apoio dos evangélicos é dado para qualquer pessoa, independentemente da religião. Com isso muitos se convertem ao pentecostalismo ao enfrentarem as primeiras dificuldades no exterior.
O empenho das igrejas é recompensado quando os brasileiros obtêm emprego. Apesar de trabalharem em geral mais de 12 horas por dia, os imigrantes não deixam de contribuir com o dízimo (cerca de 10% do salário) para elas.
Quase todos os brasileiros residentes na Europa entrevistados pela Folha no último mês disseram não ter os papéis imigratórios. Em Portugal, na França e na Suíça, assim como nos EUA, geralmente trabalham na construção, na limpeza de casas e escritórios e na cozinha de restaurantes.
Pesquisa feita na Suíça mostrou que a nacionalidade brasileira é a segunda mais frequente entre as prostitutas do país. O primeiro é das mulheres de Camarões.
Os entrevistados disseram que exerciam atividades semelhantes no Brasil. No exterior, porém, conseguem ganhar o bastante para ter um nível de vida melhor e ajudar no sustento de suas famílias no Brasil. Em 2002, os imigrantes brasileiros enviaram US$ 4,6 bilhões ao país.

Dinheiro esquecido
Uma pesquisa feita pelo Sindicato Interprofissional dos Trabalhadores em Genebra revela que brasileiros "esqueceram" cerca de US$ 142 milhões na Suíça.
Mesmo sem autorização para trabalhar, é comum os empregadores suíços recolherem as taxas previdenciárias dos estrangeiros. A Suíça permite que o estrangeiro, mesmo expulso, resgate o fundo um ano após deixar o país.


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