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LEGISLATIVO
Thomaz Bastos (Justiça) diz concordar com projeto que regulariza atividade
Ministro apóia regularizar prostituição
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, defendeu ontem
um projeto de lei que regulamenta a prostituição no país. "A minha posição é idêntica à do deputado Fernando Gabeira [PT-RJ]",
disse o ministro na Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.
Bastos foi convidado pelos deputados para expor as prioridades de sua pasta para este ano. No
meio do evento, o deputado
Enéas Carneiro (Prona-SP) perguntou ao ministro qual sua posição sobre a prostituição no país.
O parlamentar disse que, caso tivesse sido eleito presidente da República, não deixaria que mulheres "vendessem seu corpo".
Gabeira interveio, ressaltando
que era autor de um projeto que
garante direitos a pessoas que
"prestam serviços sexuais".
Quando falou, o ministro optou
pela frase lacônica para encerrar
o assunto. A Folha procurou a assessoria de imprensa do ministro
e ouviu que a posição manifestada por ele em defesa do projeto é
pessoal e não reflete o pensamento do conjunto do governo.
Ou seja, não há previsão de
apoio do governo federal para o
projeto ser aprovado no plenário
da Câmara, onde tramita sem urgência definida pela Mesa.
O projeto de Gabeira regulamenta a prostituição garantindo
a exigência de pagamento "pela
prestação de serviços de natureza
sexual". Pela proposta, o pagamento pode ser cobrado se os serviços forem prestados ou se a pessoa "tiver permanecido disponível para os prestar".
O 2º parágrafo do texto prevê
que "o pagamento somente será
exigido pela pessoa que os tiver
prestado". Na sequência, como
estaria garantido o direito econômico da pessoa que se prostitui, é
pedida a supressão do Código Penal dos artigos que tipificam como crime o favorecimento de
prostituição, o tráfico de mulheres para fins de prostituição e a
manutenção de casas de prostituição. O rufianismo, prática de
tirar proveito da prostituição
alheia, permanece crime pelo
projeto de Gabeira.
O texto foi apresentado por Gabeira em fevereiro deste ano. Na
justificativa apresentada com o
projeto, Gabeira diz que a prostituição é "contemporânea à própria civilização".
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