São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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Guerrilheiro é idolatrado na comunidade

DO ENVIADO A ELDORADO (SP)

"Nós tomamos na marra uma área que tinha aqui atrás, onde só tinha gado. Abandonamos a mata e os ribeirões da microbacia que estavam secos."
Ditão, apesar de formado na universidade da vida, como ele diz, conhece os princípios da ecologia. E não esquece a história, que testemunhou nos rios e matas do Vale do Ribeira.
"O [Carlos] Lamarca esteve aqui. Lembro bem dele. Ele socou pilão com a gente. Assistiu a missa disfarçado de madre. Ele era uma boa pessoa. E também contra o regime", diz Ditão.
Segundo o quilombola, quando chegou a notícia da morte do guerrilheiro, em 1971, houve tristeza na região. Lamarca fez fama por causa da valentia e da forma como conseguiu passar ileso pelos cercos que prepararam para ele na região.
Ídolos mais antigos, da Revolução Constitucionalista de 1932, também fazem parte do imaginário dos quilombolas. "Nessa região paranaenses e paulistas travaram muitas batalhas", diz.
Para Ditão, talvez não por acaso, lendas de homens que mataram muitos soldados são as mais saborosas. (EG)


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