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Guerrilheiro é idolatrado na comunidade
DO ENVIADO A ELDORADO (SP)
"Nós tomamos na marra
uma área que tinha aqui
atrás, onde só tinha gado.
Abandonamos a mata e os ribeirões da microbacia que
estavam secos."
Ditão, apesar de formado
na universidade da vida, como ele diz, conhece os princípios da ecologia. E não esquece a história, que testemunhou nos rios e matas do
Vale do Ribeira.
"O [Carlos] Lamarca esteve
aqui. Lembro bem dele. Ele
socou pilão com a gente. Assistiu a missa disfarçado de
madre. Ele era uma boa pessoa. E também contra o regime", diz Ditão.
Segundo o quilombola,
quando chegou a notícia da
morte do guerrilheiro, em
1971, houve tristeza na região. Lamarca fez fama por
causa da valentia e da forma
como conseguiu passar ileso
pelos cercos que prepararam
para ele na região.
Ídolos mais antigos, da Revolução Constitucionalista
de 1932, também fazem parte
do imaginário dos quilombolas. "Nessa região paranaenses e paulistas travaram muitas batalhas", diz.
Para Ditão, talvez não por
acaso, lendas de homens que
mataram muitos soldados
são as mais saborosas.
(EG)
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