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ENERGIA 2
Em julho, estações repetidoras da Embratel sofreram atentado semelhante; PF diz que trabalho foi 'profissional'
PF não tem suspeitos de explosão em SC
ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Florianópolis
O inquérito da Polícia Federal
ainda não tem suspeitos das explosões, que destruíram guias de
onda (espécies de canos metálicos
para transmissão de microondas)
e cabos telefônicos das torres de
Correia Pinto e Borel, ambas na
área de Lages (252 km a oeste de
Florianópolis).
As bombas explodiram em duas
estações repetidoras da Embratel
em Santa Catarina, no dia 27 de
julho, em atentados semelhantes
ao da torre de Furnas no Paraná,
antes da privatização do Sistema
Telebrás. Na época, as explosões
cortaram parcialmente a comunicação do Sul com o resto do país.
O laudo pericial da PF, confirmou que foi usada bomba-relógio
com cordel detonante de material
plástico (espécie de barbante grosso explosivo). O dispositivo usado
era bastante específico, feito com
tecnologia de ponta, e tinha alta
concentração de explosivo e grande poder de impacto.
Segundo a Polícia Federal, o uso
do cordel é restrito às Forças Armadas e empresas que trabalham
com operações especiais de explosões. Normalmente, empresas de
implosão e empreiteiras usam
apenas dinamite.
Os peritos da PF informaram
que o "trabalho" foi profissional,
porque o poder do explosivo poderia derrubar a torre, mas a atuação destruidora foi dirigida aos
dutos de telecomunicações.
As bombas explodiram simultaneamente, entre 6h e 6h03, nas
duas estações, distantes 60 quilômetros uma da outra.
Segundo a perícia, o cordel foi
enrolado nos cabos e guias de onda e detonado por uma espoleta de
pólvora seca.
A espoleta foi acionada por uma
faísca, provocada por uma bateria
de 9 volts, cujo tempo de disparo
foi controlado por um circuito
temporizador, igual ao de um relógio digital.
Gerasul
A Gerasul (Centrais Geradoras
do Sul do Brasil) foi criada em 23
de dezembro do ano passado, a
partir do desmembramento da
Eletrosul (Centrais Elétricas do
Sul do Brasil).
Na divisão das empresas, a Gerasul ficou responsável pela geração
de energia e a Eletrosul, pela transmissão.
Furnas -responsável pelas torres que foram explodidas no Paraná- não tem relação com a Gerasul, que está em processo de privatização.
A Eletrosul ficou com torres, linhas de transmissão, subestações
e 1.300 funcionários.
A Gerasul manteve 1.240 funcionários e recebeu como patrimônio
seis usinas -três termoelétricas e
três hidroelétricas- e a sede administrativa, em Florianópolis.
A área de atuação de empresa
compreende um território de
928.271 quilômetros quadrados,
nos Estados de Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná e Mato
Grosso do Sul, e abrange cerca de
25 milhões de habitantes.
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