São Paulo, terça, 15 de setembro de 1998

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ENERGIA 2
Em julho, estações repetidoras da Embratel sofreram atentado semelhante; PF diz que trabalho foi 'profissional'
PF não tem suspeitos de explosão em SC

ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Florianópolis

O inquérito da Polícia Federal ainda não tem suspeitos das explosões, que destruíram guias de onda (espécies de canos metálicos para transmissão de microondas) e cabos telefônicos das torres de Correia Pinto e Borel, ambas na área de Lages (252 km a oeste de Florianópolis).
As bombas explodiram em duas estações repetidoras da Embratel em Santa Catarina, no dia 27 de julho, em atentados semelhantes ao da torre de Furnas no Paraná, antes da privatização do Sistema Telebrás. Na época, as explosões cortaram parcialmente a comunicação do Sul com o resto do país.
O laudo pericial da PF, confirmou que foi usada bomba-relógio com cordel detonante de material plástico (espécie de barbante grosso explosivo). O dispositivo usado era bastante específico, feito com tecnologia de ponta, e tinha alta concentração de explosivo e grande poder de impacto.
Segundo a Polícia Federal, o uso do cordel é restrito às Forças Armadas e empresas que trabalham com operações especiais de explosões. Normalmente, empresas de implosão e empreiteiras usam apenas dinamite.
Os peritos da PF informaram que o "trabalho" foi profissional, porque o poder do explosivo poderia derrubar a torre, mas a atuação destruidora foi dirigida aos dutos de telecomunicações.
As bombas explodiram simultaneamente, entre 6h e 6h03, nas duas estações, distantes 60 quilômetros uma da outra.
Segundo a perícia, o cordel foi enrolado nos cabos e guias de onda e detonado por uma espoleta de pólvora seca.
A espoleta foi acionada por uma faísca, provocada por uma bateria de 9 volts, cujo tempo de disparo foi controlado por um circuito temporizador, igual ao de um relógio digital.

Gerasul
A Gerasul (Centrais Geradoras do Sul do Brasil) foi criada em 23 de dezembro do ano passado, a partir do desmembramento da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil).
Na divisão das empresas, a Gerasul ficou responsável pela geração de energia e a Eletrosul, pela transmissão.
Furnas -responsável pelas torres que foram explodidas no Paraná- não tem relação com a Gerasul, que está em processo de privatização.
A Eletrosul ficou com torres, linhas de transmissão, subestações e 1.300 funcionários.
A Gerasul manteve 1.240 funcionários e recebeu como patrimônio seis usinas -três termoelétricas e três hidroelétricas- e a sede administrativa, em Florianópolis.
A área de atuação de empresa compreende um território de 928.271 quilômetros quadrados, nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, e abrange cerca de 25 milhões de habitantes.



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