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Tramaram para me
derrubar, diz Abreu
da Reportagem Local
Marco Aurélio de Oliveira
Abreu acusou o ex-secretário Renato Tuma e o diretor do Demat
(Departamento de Materiais),
Marcelo Pereira Daura, de tramarem para sua queda e prisão.
"Eu ia substituir Renato Tuma e
demitir Marcelo Daura, homens
poderosíssimos que estão há seis
anos corrompendo esta cidade",
disse Abreu.
Para ele, sua prisão tem motivação política. "O Renato Tuma é
tio do Tuminha (delegado Romeu
Tuma Júnior) e ele está querendo
se isentar, de qualquer modo, de
irregularidades que ocorreram
naquela secretaria", afirmou.
Ele se referia às suspeitas de irregularidades em concorrência
para contratação de empresas para fazer reformas em prédios municipais. O Ministério Público Estadual investiga a possibilidade de
seis empreiteiras estarem sendo
beneficiadas nas obras. Além disso, há a possibilidade de as empresas executarem os serviços
com preços superfaturados.
"Ele (Renato Tuma) está tentando se isentar, dizendo que não
tinha responsabilidade. Como
um secretário não tem responsabilidades sobre seus subalternos?", questionou.
Abreu disse que recebeu telefonemas de pessoas para "poupá-los" de uma investigação que pretendia realizar na secretaria. Depois, esclareceu que, entre essas
pessoas, estaria Renato Tuma.
"Disse que iria abrir uma sindicância, ia pedir investigação do
TCM (Tribunal de Contas do Município) e também mandar o caso
para a corregedoria. E aí o que
eles fizeram? Arranjaram isso para constranger o prefeito e me
constranger."
O novo secretário estava bastante nervoso durante a entrevista. Ele disse que não sabia do
mandado de prisão, apesar de a
decretação ter ocorrido em 23 de
setembro.
"Quitei todas as dívidas", afirmou. "O que devo são as custas
do processo", disse. No entanto, a
prisão administrativa ocorreu
porque ele não compareceu à Justiça para prestar esclarecimentos
sobre a falência da Exame Comércio Exterior Ltda.
"A tentativa toda é de me constranger e me impedir de investigar tudo", declarou.
Ele disse que, realmente, teve dificuldades financeiras que o levaram à falência.
"As dificuldades financeiras
não tiram a honradez de ninguém. Ninguém é menos honrado por causa de problemas financeiros", afirmou. "Agora, é menos
honrado quando rouba o erário
público. Aí é corrupto".
Abreu também disse que havia
comunicado suas dificuldades ao
prefeito e que ele não havia colocado empecilho à posse.
Ele disse que pretendia usar sua
experiência na iniciativa privada
na condução da Secretaria da Administração.
Abreu afirmou que colocaria o
cargo à disposição de Pitta para
não constranger ainda mais o
prefeito.
Mas disse que o PTN deveria
reivindicar o cargo. Para ele, toda
a confusão teve como objetivo
constranger o prefeito Celso Pitta.
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