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VIOLÊNCIA
Condenado pela morte da atriz Daniella Perez, ator recebe condicional; Glória Perez critica libertação
Guilherme de Pádua ganha a liberdade
da Sucursal do Rio
Condenado em janeiro de 1997
a 19 anos de prisão pela morte da
atriz Daniella Perez, o ator Guilherme de Pádua foi solto ontem à
tarde, em regime de liberdade
condicional.
Pádua deixou o presídio Ary
Franco, em Água Santa (zona
norte do Rio), na companhia de
seu advogado, Paulo Ramalho, e
seguiu para um local não divulgado. Ramalho disse que seu cliente
não daria entrevistas.
O corpo de Daniella Perez foi
encontrado na Barra da Tijuca na
noite de 28 de dezembro de 92. À
época, Daniella e Pádua faziam
par romântico na novela "De Corpo e Alma", da Rede Globo, escrita pela mãe dela, Glória Perez. Pádua foi preso na mesma noite.
Ele já cumpriu, portanto, um
terço da pena (seis anos e quatro
meses), um dos requisitos necessários à obtenção da condicional.
Agora, ele terá que se apresentar a
cada três meses à Justiça e não poderá deixar o Rio sem autorização
judicial, entre outras obrigações.
O juiz da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio,
Cezar Augusto Costa, considerou
que, além de ter cumprido um
terço da pena, Pádua preenchia o
chamado "requisito subjetivo"
para a liberdade condicional: o
bom comportamento. "O sentenciado cumpre sua pena desde o
início em unidade do sistema penitenciário, submetendo-se, assim, à disciplina rígida e à hierarquia imposta pelos agentes penitenciários, sem que se tenha observado qualquer ato de indisciplina", disse Costa em sua decisão, tomada na última sexta-feira.
A análise do comportamento de
Pádua foi feita pela Comissão
Técnica de Classificação do presídio Ary Franco.
Ramalho também provou que
Pádua é insolvente, ou seja, não
tem condições financeiras de pagar à família de Daniella Perez
uma indenização que sirva como
reparação do dano em âmbito criminal. "Apresentamos certidões
provando que ele não tem bens
para pagar a indenização. Nada
mais impedia que meu cliente fosse solto", disse Ramalho.
O fato não impede que a família
da vítima entre com uma ação cível de indenização, o que aconteceu. A ação ainda está em curso.
Glória Perez divulgou nota criticando a libertação. "Foram sete
anos num segundo. A vida da minha filha vale só isso? Os sete anos
de mordomia que Guilherme de
Pádua passou dentro da cadeia?"
Glória afirma que a notícia lhe
causou grande vazio. "Todo o sofrimento daquela noite em que fui
buscar minha única filha morta,
apunhalada e desovada num matagal, os cinco anos de exposição
pública, à espera do julgamento, o
peso disso tudo caiu em cima de
mim." Ao final da nota, a escritora
diz que Pádua levará para sempre
na testa "o selo de assassino".
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