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Vereador questiona valor de salas de aula
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
O vereador Carlos Neder (PT)
entregou anteontem uma representação ao Ministério Público e
ao TCM (Tribunal de Contas do
Município) pedindo a investigação do processo de construção de
480 salas de aulas emergenciais
em São Paulo.
No documento, que foi entregue aos promotores José Carlos
Blat e Fernando Capez, ele pede a
apuração de três questões principais. Primeiro, o superfaturamento na execução das obras que
foram orçadas em agosto de 98
por R$ 9,6 milhões e executadas,
segundo denúncia recebida por
seu gabinete, pelo dobro do valor
(R$ 20 milhões).
Segundo Neder, os valores executados na construção das salas
foram fornecidos por pessoas ligadas à Secretaria Municipal da
Educação.
Outro ponto é o processo de licitação da obra, de agosto de 98,
que foi solicitado pela então secretária da Educação, Hebe Tolosa. O processo foi paralisado com
a saída da secretária, em outubro
de 98, mas as salas foram construídas posteriormente.
"Há duas possibilidades: ou foi
aberta uma outra licitação ou as
obras foram feitas por meio de
atas de concorrência expedidas
pelo departamento de materiais
da prefeitura (Demat)", afirma
Neder.
Ele também questiona por que a
Secretaria de Administração não
ajudou na elaboração do edital de
concorrência, como solicitado
pela ex-secretária.
Na representação, Neder coloca
que a resposta que a Secretaria da
Educação recebeu do diretor do
Demat, Marcelo Pereira Daura,
foi um "conforme entendimento". Por isso, o edital foi elaborado
pela própria secretaria.
A reportagem da Folha não
conseguiu falar com a ex-secretária ontem à noite.
"Eles não só dificultaram o processo, como depois construíram
as salas por conta própria e, como
tudo indica, de forma irregular e
superfaturada", diz Neder
Segundo Fernando Capez, promotor de Justiça da Cidadania na
área de proteção ao patrimônio
público, ele ainda não analisou a
representação, mas deverá começar a investigar as denúncias na
próxima semana.
"Se houver elementos, poderemos instaurar um inquérito e pedir para os envolvidos prestarem
esclarecimentos", disse.
O promotor José Carlos Blat
afirmou que, como já existem inquéritos policiais investigando o
Demat e a própria Secretária da
Educação, por superfaturamento
na execução de obras, o material
da representação deverá ser encaminhado aos delegados responsáveis pelos casos.
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