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Médicos alegam más condições e pedem demissão em massa em PE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Médicos das principais emergências dos hospitais estaduais de
Pernambuco estão pedindo demissão em massa alegando más
condições de trabalho, falta de
pessoal e baixa remuneração.
Segundo o Cremepe (Conselho
Regional de Medicina de Pernambuco), 27 traumatologistas, três
cirurgiões vasculares, 13 neurocirurgiões e 37 dentistas já deixaram de trabalhar, e 30 cirurgiões
gerais enviaram cartas de demissão ao sindicato da categoria.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco afirmou que só 22 médicos haviam pedido demissão.
Nas emergências dos hospitais,
apenas os casos mais graves são
atendidos imediatamente.
Na tentativa de amenizar a situação, a Secretaria da Saúde aumentou o número de AIHs (Autorizações para Internações Hospitalares) em três hospitais particulares conveniados ao SUS.
Para o Ministério Público Estadual, pacientes não atendidos deveriam ser transferidos para hospitais particulares, pagos pelo Estado. Isso foi garantido só no primeiro turno das eleições, quando
o governo aceitou reembolsar as
instituições privadas com valores
acima dos pagos hoje pelo SUS
-exigência dos hospitais.
"A falta de condições é total",
disse o vice-presidente do Cremepe, Carlos Vital Tavares. Segundo
ele, há meses faltam medicamentos nas urgências, onde a maioria
dos médicos trabalha com contratos que permitem sua demissão sumária, sem aviso prévio.
Os médicos das emergências do
Estado reivindicam equiparação
salarial com os 1.827 profissionais
que deverão ser contratados após
concurso no início do próximo
ano -valor bruto de R$ 2.800
mensais. Atualmente, o salário-base de um médico contratado é
inferior a R$ 600, disse Tavares.
A secretaria nega o desabastecimento de medicamentos, que só
ocorria em caso de demanda
maior que a prevista.
Médicos e membros da secretaria se reúnem hoje para tentar
acordo. A direção do Conselho
Regional de Medicina ameaça denunciar o Estado à OMS (Organização Mundial da Saúde).
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