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Colômbia dá exemplo para reduzir violência
As cidades de Bogotá e Medellín se tornaram laboratórios sobre como prevenir e como combater à criminalidade
Níveis de pobreza ainda são altos, mas essas cidades conseguiram reduzir suas taxas de homicídio em 79% e 90%, respectivamente
GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
Apontadas como as cidades
mais violentas do mundo, Bogotá e Medellín, na Colômbia,
estão se transformando nos
mais avançados laboratórios do
mundo de prevenção à criminalidade e, em especial, aos homicídios. Apesar de ainda manterem altos níveis de pobreza
-cerca de 40% da população,
semelhante às metrópoles brasileiras- essas duas cidades
conseguiram reduzir, respectivamente, suas taxas de homicídio em 79% e 90%.
São exemplos que poderiam
muito bem ser adotados -ou
adaptados- pelas grandes e
violentas cidades brasileiras,
como São Paulo e Rio de Janeiro, onde, como na Colômbia no
passado, se dissemina o crime
organizado.
O que resta de violência nestas cidades colombianas continua ainda alto para padrões civilizados, mas são passos notáveis para comunidades em que
se misturam e, muitas vezes, se
indiferenciam narcotraficantes, paramilitares, guerrilheiros e quadrilhas de jovens,
beneficiados por décadas de
impunidade.
Nisso se destacam muito de
Nova York, que tem padrões de
renda de primeiro mundo e
sem tantos focos de desagregação social. A engenharia por
trás dos resultados da Colômbia revela uma rede de múltiplas e simultâneas ações que
combinam prevenção com repressão, além de uma articulação nos mais diferentes níveis
governamentais, mas sempre
com ênfase no poder local, no
qual o prefeito é o principal responsável pelo enfrentamento
contra o crime e a violência.
Os operadores dessa engenharia concluíram que não
adianta focar em apenas uma
área específica - a repressão,
por exemplo-, sem levar em
conta fatores subjetivos como a
auto-estima das pessoas.
Tanto melhorar a polícia e as
prisões como criar uma ciclovia
e bibliotecas podem, em
diferentes graus, promover a
segurança.
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