São Paulo, quinta, 15 de outubro de 1998

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Casal nega acusação de racismo em BH

FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O casal de comerciantes mineiro, que havia sido preso em flagrante sob acusação de racismo, negou ontem que tenha xingado a delegada Maria de Lourdes Bernadete Silva e Silva, suas duas filhas e uma amiga delas com palavras preconceituosas.
Depois de quatro dias na cadeia, Gleuber Gonçalo Coelho, 37, e a mulher dele, Vilma de Fátima Campos Pereira Coelho, 38, foram soltos na noite de anteontem. Eles pagaram fiança de quatro salários mínimos (R$ 520) para os dois.
Segundo declaração da delegada, o casal as teria chamado de "crioulas", "macacas mumificadas" e "negras", no clube Labareda, na zona norte de Belo Horizonte, no último sábado.
Foi a própria delegada, que não estava em serviço, quem deu a voz de prisão ao casal.
"Não xinguei. Nunca falei isso com pessoa nenhuma. Eu frequento ambientes de pessoas de cor e sou sempre bem tratado. Na família da minha esposa 90% são de pessoas de cor", disse o comerciante ontem.
A esposa dele completou a defesa: "Como eu vou ser racista? Minha família toda é escura, de cabelo ruim".



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