São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997.



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Adestramento mal feito apresenta perigo
Mordida tem pressão de duas toneladas

RITA NAZARETH
da Reportagem Local

A mordida do rottweiler é a mais forte de todos os cachorros. Segundo o adestrador Glauco Barreto Sartori, a pressão da mandíbula do cão no início do ataque chega a 2 t.
"Logo após a mordida, a potência é reduzida para 1 t." De acordo com o adestrador, a forma do rottweiler atacar é morder a vítima e mantê-la presa pela mandíbula. "O cão derruba a vítima e pode arrastá-la por vários metros", disse.
A cada ano, cerca de 10 mil paulistanos são atacados por cães. As lesões mais graves, no entanto, são provocadas por cães de guarda mal treinados.
"É evidente que há cães com diferentes índoles", diz Marcelo Brandão, diretor do Centro de Controle de Zoonoses. "Mas o cachorro é o espelho de seu treinador."
Brandão alerta que é preciso que se construa um área para deixar o animal livre. "O cachorro não pode ficar preso em um espaço minúsculo", diz.
Na opinião de Paulo Rogério Romariz, que adestra cães há 12 anos, a principal deficiência de um treinamento é pular etapas.
De acordo com ele, há três fases no treinamento de cães: obediência, guarda e ataque.
Na primeira etapa, o cão aprende o básico, como discernir o certo do errado e, na segunda, noções de vigilância. Só na terceira etapa, no entanto, deve ser ensinado o ataque.
"Há adestradores que não venceram nem a primeira etapa e já ensinam o ataque", diz Romariz. "Como não têm controle sobre o cão, o perigo é sempre iminente."
Romariz também fala da necessidade de se respeitar o limite mínimo de idade para se começar um adestramento -sete meses. "Depois de quatro meses de treinamento básico, o cão estará apto para o ataque."


Colaborou Renato Krausz, da Reportagem Local


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