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SEGURANÇA
Alvo é o contrabando
Governo taxa em 150% exportação de armas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os fabricantes brasileiros de armas e munições passarão a pagar
uma alíquota de 150% se quiserem exportar seus produtos para
países da América do Sul, América Central e Caribe.
O decreto, assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, foi publicado ontem. A medida visa tentar coibir o contrabando de armas e munições para o
Brasil. Anteriormente, esse tipo
de exportação não era tributado.
O governo percebeu que muitas
das armas exportadas legalmente
para países limítrofes com o Brasil voltavam ilegalmente para o
país. "O objetivo é dificultar o
acesso do crime organizado às armas", disse o secretário-adjunto
da Receita, Ricardo Pinheiro.
Segundo ele, em muitos países
vizinhos as armas são vendidas
como mercadorias comuns e não
são exigidos registros especiais
como no Brasil.
Isso faz com que seja mais fácil
comprar um arma brasileira no
Paraguai que no Brasil.
O governo já utilizou o mesmo
tipo de medida para tentar barrar
o contrabando de cigarros.
Em janeiro do ano passado, o
Brasil decidiu tributar em 150% as
vendas de cigarros para as mesmas regiões.
Ao contrário da medida voltada
para o setor de fumo, o Imposto
de Exportação para armas não visa aumentar a arrecadação. "A
medida faz parte do Plano Nacional de Segurança Pública", disse.
No mês passado, o STF concedeu liminar suspendendo a proibição do registro de armas de fogo no país. Esse era um dos principais pontos do Plano Nacional
de Segurança Pública.
Exceções
Por outro lado, as exportações
de armas e munições para a Argentina, o Chile e o Equador continuam isentas do imposto.
A Receita afirma que não há
suspeita de que armas vendidas
para essas regiões voltem para o
Brasil em forma de contrabando.
No caso dos cigarros, porém, a
imposição do Imposto de Exportação acabou resultando na instalação de fábricas do produto no
Paraguai. Recentemente, a Receita publicou uma medida que estabelecia Imposto de Exportação na
venda para a América do Sul, a
América Central e o Caribe dos
insumos necessários para a fabricação de cigarros.
"Se percebermos o mesmo tipo
de movimento no setor de armas,
vamos taxar os seus insumos",
avisou o secretário-adjunto da
Receita.
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