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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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PATRIMÔNIO

Tombada em 1992, Maria Zélia sofre descaso

Ministério Público vai investigar abandono de vila operária de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Federal mandou instaurar um procedimento (investigação) para apurar o abandono da Vila Maria Zélia, uma das mais importantes vilas operárias de São Paulo, inaugurada em 1916 e considerada revolucionária pelos serviços inéditos que oferecia aos trabalhadores.
Como o proprietário dos prédios históricos da vila é o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o estado deles deve ser averiguado pelo Ministério Público, que tem entre suas atribuições zelar pelo patrimônio público federal. É o que diz ofício encaminhado nesta semana pela procuradora da República Denise Neves Abade à coordenadoria da Secretaria de Ofícios da Tutela Coletiva.
O documento cita reportagem de capa da Revista da Folha publicada domingo passado, cujo tema era a importância histórica e a situação atual de três vilas operárias paulistanas, a Economizadora, a dos Ingleses e a Maria Zélia.
Criada pelo empresário Jorge Street (1863-1939) no Belenzinho, zona leste de São Paulo, e tombada em 1992 pelo Condephaat, a Maria Zélia tem pelo menos dois de seus prédios históricos em estado de semidestruição.
O procedimento do Ministério Público é o primeiro passo para a abertura de uma eventual Ação Civil Pública, caso as apurações demonstrem que seja necessário entrar com ação contra o INSS ou outro órgão federal que tenha conservado mal a vila. A assessoria do INSS afirmou à Folha que estuda uma doação à prefeitura.
"É uma notícia muito boa, pois começa a solucionar o problema que cerca esses prédios há muitos anos", disse o empresário Paulo Salomão, vice-presidente da Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia e morador da vila há 30 anos.


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