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Fuga de sete jovens de ex-Febem causa motim e fere três agentes
Rebelião na Fundação Casa de Araraquara durou oito horas
HÉLIA ARAUJO
DE RIBEIRÃO PRETO
Uma rebelião na Fundação Casa de Araraquara, que
durou cerca de oito horas, resultou na fuga de sete menores e deixou três agentes de
apoio socioeducativo feridos
-um deles em estado grave.
O motim começou por volta das 20h de anteontem.
Agentes deixavam uma área
entre as alas, quando cerca
de 33 adolescentes forçaram
uma porta e correram para a
saída da unidade.
Sete saíram pela porta da
frente. Os outros 26 foram
contidos pelos funcionários,
mas diante da fuga frustrada
iniciaram um motim fazendo
três agentes como reféns.
Os internos subiram no telhado da unidade e, cobrindo
os rostos com camisetas, balançavam uma bandeira
branca. Durante o tumulto
foram quebradas mesas e cadeiras de plástico, cujos pedaços pontiagudos foram
usados como armas contra
os funcionários.
O agente que ficou mais ferido teve cortes nas pernas,
nas orelhas e perto dos olhos.
Ele ainda foi alvo de uma
paulada que deslocou um
dos braços.
O nome do agente não foi
divulgado e ele segue internado no Cema (Centro Medico Araraquara), mas não corre risco de morte.
NEGOCIAÇÕES
Segundo o diretor regional
da Fundação Casa, Roberto
Damásio, os menores exigiram a presença de parentes
para ajudar nas negociações.
Quatro mães foram autorizadas a entrar na unidade.
Os internos ainda pediram
a presença de uma equipe de
televisão, mas apenas a câmera de uma TV local foi usada para gravar o final do motim. As imagens foram apagadas em seguida.
Parentes dos menores que
estavam em frente à unidade
chegaram a reclamar de
maus-tratos, mas não houve
confirmações. Mesmo assim,
Damásio disse que vai abrir
uma sindicância e mandar o
caso para a corregedoria.
Ainda de acordo com o diretor regional da fundação,
os menores reclamaram da
água gelada do banho e da
má qualidade dos sabonete e
xampus usados por eles.
"Eles não tinham nenhuma reivindicação que justificasse essa ação. Se rebelaram mesmo por causa da fuga frustrada. Depois ficaram
preocupados com uma possível retaliação, mas garanti
que não vai haver represália", disse Damásio.
A tropa de choque foi chamada, mas não entrou no local. A rebelião só teve fim por
volta das 4h de ontem, quando uma contagem confirmou
a fuga de sete. Até o fechamento desta edição nenhum
havia sido recapturado.
Ontem, a visita na unidade
foi reduzida, mas apenas para os que participaram da rebelião. Os demais, segundo
Damásio, receberam as visitas normalmente. A unidade
abrigava 72 menores quando
começou o tumulto.
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