São Paulo, sábado, 15 de novembro de 1997.



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Advogados alegam que Miguel Orofino não sabia que estava sendo procurado pela PF
Engenheiro chega a Florianópolis

FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis

O engenheiro Miguel Orofino retornou ontem de manhã a Florianópolis (SC), depois de passar cinco anos foragido da Polícia Federal.
Preso em 15 de outubro por agentes da Interpol (polícia internacional) em sua casa, em Sintra (Portugal), Orofino é acusado de ter desviado US$ 25 milhões quando era superintendente das obras da ponte Pedro Ivo Campos, em 1991.
Na última terça-feira, a Justiça portuguesa concedeu a extradição, pedida pelo governo brasileiro.
Orofino, 44, chegou ao Brasil anteontem à noite, pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, e passou a noite em São Paulo.
Às 10h30 de ontem, escoltado por dez agentes da PF usando metralhadoras, ele desembarcou no aeroporto de Florianópolis.
Ainda na pista, foi colocado dentro de um camburão e levado à sede da Polícia Federal na cidade, onde prestou depoimento.
No início da tarde, ele foi transferido para uma cela do 4º Batalhão da PM, na qual permanece pelo menos até o julgamento de um pedido de habeas corpus, a ser impetrado na próxima semana por seus advogados.
Orofino responde a processos por peculato (desvio de dinheiro público), corrupção passiva e falsificação de documentos. Em todos eles, há prisões preventivas decretadas.
Ontem, ao chegar à sede da PF, o engenheiro foi interrogado sobre o modo como saiu do país, em março de 1992.
Orofino foi visto em julho daquele ano na TV em um jogo da seleção brasileira de vôlei, durante as Olimpíadas de Barcelona (Espanha). Agentes da PF viajaram à Europa, mas não o localizaram.
De acordo com a PF, o paradeiro do engenheiro foi denunciado no início de outubro último, por um casal de espanhóis que o teria conhecido em viagem a Portugal. Dias depois, olhando a página da PF na Internet, teriam descoberto que era um foragido.
Outro lado
Orofino não quis conversar ontem com a imprensa. Seus advogados de defesa disseram ontem que ele não sabia que estava sendo procurado pela PF.
"Há anos que meu cliente não tinha contato com o Brasil, nem mesmo com a família", declarou o advogado Leoberto Caon.
Segundo ele, Orofino não fugiu do país. "Na época em que saiu do Brasil, não havia nenhum mandado de prisão."



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