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Advogados alegam que Miguel Orofino não sabia que estava sendo procurado pela PF
Engenheiro chega a Florianópolis
FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis
O engenheiro Miguel Orofino
retornou ontem de manhã a Florianópolis (SC), depois de passar
cinco anos foragido da Polícia
Federal.
Preso em 15 de outubro por
agentes da Interpol (polícia internacional) em sua casa, em
Sintra (Portugal), Orofino é acusado de ter desviado US$ 25 milhões quando era superintendente das obras da ponte Pedro
Ivo Campos, em 1991.
Na última terça-feira, a Justiça
portuguesa concedeu a extradição, pedida pelo governo brasileiro.
Orofino, 44, chegou ao Brasil
anteontem à noite, pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, e passou a noite em São
Paulo.
Às 10h30 de ontem, escoltado
por dez agentes da PF usando
metralhadoras, ele desembarcou
no aeroporto de Florianópolis.
Ainda na pista, foi colocado
dentro de um camburão e levado
à sede da Polícia Federal na cidade, onde prestou depoimento.
No início da tarde, ele foi transferido para uma cela do 4º Batalhão da PM, na qual permanece
pelo menos até o julgamento de
um pedido de habeas corpus, a
ser impetrado na próxima semana por seus advogados.
Orofino responde a processos
por peculato (desvio de dinheiro
público), corrupção passiva e
falsificação de documentos. Em
todos eles, há prisões preventivas
decretadas.
Ontem, ao chegar à sede da PF,
o engenheiro foi interrogado sobre o modo como saiu do país,
em março de 1992.
Orofino foi visto em julho daquele ano na TV em um jogo da
seleção brasileira de vôlei, durante as Olimpíadas de Barcelona (Espanha). Agentes da PF viajaram à Europa, mas não o localizaram.
De acordo com a PF, o paradeiro do engenheiro foi denunciado
no início de outubro último, por
um casal de espanhóis que o teria
conhecido em viagem a Portugal.
Dias depois, olhando a página da
PF na Internet, teriam descoberto que era um foragido.
Outro lado
Orofino não quis conversar
ontem com a imprensa. Seus advogados de defesa disseram ontem que ele não sabia que estava
sendo procurado pela PF.
"Há anos que meu cliente não
tinha contato com o Brasil, nem
mesmo com a família", declarou
o advogado Leoberto Caon.
Segundo ele, Orofino não fugiu
do país. "Na época em que saiu
do Brasil, não havia nenhum
mandado de prisão."
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