São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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Alunas quase perdem ano

em Belo Horizonte

As duas filhas da enfermeira desempregada Berenice Cesar Goecking quase perderam o ano letivo devido à diferença entre as avaliações feitas pelo seu colégio anterior, da rede pública, e pela escola particular onde estudam.
Berenice conta que resolveu transferir suas filhas em agosto passado, no meio do ano letivo, devido aos problemas causados pela implantação da Escola Plural no Colégio Marconi, da rede municipal.
"A Escola Plural acabou com o colégio. Os professores são ótimos, mas eles não estão aceitando (as mudanças). Só não transferi minhas filhas antes, porque uma delas estava em tratamento de quimioterapia", diz Berenice, que mora com o marido e as filhas na periferia de Belo Horizonte.
As adolescentes tinham de pegar quatro ônibus por dia para estudar, mas, para a enfermeira, o esforço valia a pena. "É a melhor escola pública de Belo Horizonte. No ano passado, (as mudanças) começaram de leve, mas saiu a LDB e os professores tiveram de adotar a Escola Plural", diz.
A transferência não resolveu os problemas, porque, no novo colégio, os conceitos não eram transformados em notas e as duas alunas corriam risco de levar nota zero em todo o primeiro semestre.
Somente após a mudança da diretora da escola, três meses após a transferência, o colégio passou a colocar, no verso do histórico escolar, a equivalência entre os conceitos usados na Escola Plural e as notas.
Para a secretária municipal da Educação, Maria Céres Pimenta, o problema é fictício, porque as escolas podem estabelecer critérios variados para avaliar o aluno egresso de uma escola pública, como submetê-los a uma avaliação.



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