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Alunas quase perdem ano
em Belo Horizonte
As duas filhas da enfermeira
desempregada Berenice Cesar
Goecking quase perderam o
ano letivo devido à diferença
entre as avaliações feitas pelo
seu colégio anterior, da rede
pública, e pela escola particular
onde estudam.
Berenice conta que resolveu
transferir suas filhas em agosto
passado, no meio do ano letivo, devido aos problemas causados pela implantação da Escola Plural no Colégio Marconi, da rede municipal.
"A Escola Plural acabou com
o colégio. Os professores são
ótimos, mas eles não estão
aceitando (as mudanças). Só
não transferi minhas filhas antes, porque uma delas estava
em tratamento de quimioterapia", diz Berenice, que mora
com o marido e as filhas na periferia de Belo Horizonte.
As adolescentes tinham de
pegar quatro ônibus por dia
para estudar, mas, para a enfermeira, o esforço valia a pena. "É a melhor escola pública
de Belo Horizonte. No ano passado, (as mudanças) começaram de leve, mas saiu a LDB e
os professores tiveram de adotar a Escola Plural", diz.
A transferência não resolveu
os problemas, porque, no novo
colégio, os conceitos não eram
transformados em notas e as
duas alunas corriam risco de
levar nota zero em todo o primeiro semestre.
Somente após a mudança da
diretora da escola, três meses
após a transferência, o colégio
passou a colocar, no verso do
histórico escolar, a equivalência entre os conceitos usados
na Escola Plural e as notas.
Para a secretária municipal
da Educação, Maria Céres Pimenta, o problema é fictício,
porque as escolas podem estabelecer critérios variados para
avaliar o aluno egresso de uma
escola pública, como submetê-los a uma avaliação.
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