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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Queda de trem foi há 8 dias

Vítima de skinheads tem morte cerebral

DO "AGORA"

Depois de passar oito dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), o funcionário de supermercado Cleiton da Silva Leite, 20, teve morte cerebral constatada ao meio-dia de ontem.
Ao lado do amigo Flávio Cordeiro, 16, Leite foi obrigado por três supostos skinheads a saltar de um trem em movimento na estação Brás Cubas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), no domingo retrasado. Testemunhas dizem que os agressores implicaram com a roupa que os jovens vestiam, lembrando bandas de rock e de punk.
Na queda, Cordeiro perdeu o braço direito, mas seu estado de saúde é estável. Leite havia sofrido traumatismo craniano e perda de massa encefálica.
Os familiares do rapaz morto decidiram doar seus órgãos. Segundo o médico Wilson Moreira Filho, supervisor da UTI onde ele estava internado, entre 20 e 28 órgãos poderão ser transplantados. Toda a operação será feita pela equipe do hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, para onde o o corpo foi transferido ontem.
De acordo com Alex da Silva Leite, 29, irmão da vítima, a família tinha esperanças de vê-lo com vida novamente. "Mas nossa dor é amenizada por ele estar ajudando mais de 20 pessoas com seus órgãos. Onde quer que ele esteja, vai estar contente, como sempre foi", afirmou.
Ele disse também que a família está analisando o que aconteceu e provavelmente entrará na Justiça contra a CPTM, alegando falta de segurança no trem.
A polícia espera que Danilo Gimenez Ramos, 18, um dos três acusados, apresente-se hoje. Ramos está com a prisão temporária decretada desde a semana passada, ordem que seu advogado, Vitor Monacelli Fachinetti Júnior, 40, pedirá a revogação hoje.
Os outros dois acusados, Vinícius Parizzato, 24, e Juliano Aparecido de Freitas,18, estão presos desde quinta-feira.


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