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TRÂNSITO
CET diz que não há intenção de mudar regras, mas paga empresa para desenvolver alternativas à restrição veicular
Serra faz contrato para reestudar rodízio
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo José Serra (PSDB)
contratou uma empresa para
reestudar mudanças no rodízio
de veículos da capital paulista.
A administração tucana já havia
cogitado fazer modificações nas
regras da restrição no primeiro
semestre deste ano -mas tinha
descartado essa possibilidade em
seguida sob a alegação de que era
necessário, antes, fazer com que
seja cumprida a regra atual, que
veta a circulação de 20% da frota
diária no centro expandido.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável
pelos primeiros estudos, é quem
formalizou a nova contratação,
publicada ontem no "Diário Oficial" e cujas motivações oficiais
ainda são cercadas por dúvidas.
O resumo do contrato firmado
com a empresa Projeto 34 Arquitetura e Engenharia Ltda. prevê
que, em três meses, ela deve entregar relatórios com "estratégias alternativas ao rodízio atual, com
controle por área, corredores ou
pontos críticos", além de fornecer
"critérios para avaliar diferentes
alternativas quanto aos seus custos e benefícios" e ajudar na "assessoria geral no desenvolvimento e avaliação das alternativas".
Oficialmente, no entanto, a gestão Serra nega a intenção de introduzir qualquer mudança nos critérios. Entre as possibilidades que
foram cogitadas no primeiro semestre deste ano estavam a adoção da restrição somente em algumas grandes vias e a ampliação do
horário dela (hoje a norma é válida entre as 7h e as 10h e entre as
17h e as 20h) e da área.
A Folha pediu entrevista ontem
para a CET para ter os esclarecimentos, mas a assessoria de imprensa somente enviou uma nota.
No texto, ela diz que "os produtos
deste novo contrato em nada vão
mudar a decisão de manutenção
do atual modelo de rodízio". Segundo a companhia, a contratação da Projeto 34 Arquitetura e
Engenharia Ltda. "visa à consolidação dos estudos efetuados no
primeiro semestre pela CET, para
estabelecer um registro histórico
desses estudos, assim como uma
ferramenta para futuras análises".
A companhia não disse, no entanto, por que os serviços previstos no resumo do contrato diferem dessa finalidade oficial.
Já Flamínio Fichmann, um dos
donos da Projeto 34, diz que até o
final de março de 2006 terá um relatório pronto para a prefeitura,
no qual estuda, entre outras hipóteses, ampliar o rodízio para o dia
inteiro, proibir os veículos de circularem mais de um dia na semana e aumentar a área de restrição.
"Faremos várias simulações para
que elas possam subsidiar as decisões da CET", afirma.
A empresa Projeto 34 Arquitetura e Engenharia Ltda. foi contratada por dispensa de licitação
devido ao valor -R$ 15.900.
No segundo semestre deste ano,
a administração Serra adotou um
"choque de fiscalização", incluindo câmeras que flagram os carros
que burlam a restrição. Com isso,
as multas por desobediência ao
rodízio de veículos praticamente
dobraram em relação a 2004.
A CET afirma que a fiscalização
levou ao aumento de 5% no índice de respeito ao rodízio em São
Paulo -isso representa 40 mil
veículos a menos em circulação
nos horários de pico.
Colaborou GIOVANNA BALOGH, do
"Agora"
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