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Suspeita de elo com facção faz secretário deixar o cargo na Prefeitura de Mauá
DA REPORTAGEM LOCAL
O vereador Cincinato Freire
(PSDC) deixou anteontem o
cargo de secretário da Saúde de
Mauá, a 26 km de São Paulo, depois de a Polícia Civil o vincular
à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Seu nome aparece num caderno de contabilidade da facção, que foi encontrado pela
polícia durante investigação
sobre o esquema dos postos de
gasolina usados pelo PCC para
fazer lavagem de dinheiro.
De acordo com o "Diário do
Grande ABC", do caderno com
os nomes consta que o vereador teria recebido R$ 3.828 em
4 de janeiro de 2005.
Um dia após a publicação da
reportagem, Cincinato pediu
demissão e alegou ter feito isso
para "preservar a imagem" da
administração pública.
Ao jornal, disse que o valor
que aparece no caderno corresponde à quantia paga por ele a
um posto de gasolina para comprar combustível. A Folha não
conseguiu localizá-lo ontem.
Explicações
O presidente do PSDC, José
Maria Eymael, afirmou que o
partido pedirá explicações a
Cincinato sobre o caso.
"Só poderei me pronunciar a
partir do momento em que
souber o que houve. Já solicitei
ao nosso diretório municipal
em Mauá para ouvir o vereador.
Pelo que conheço dele, é uma
pessoa digna. A postura que ele
teve de deixar o cargo foi corretíssima", falou Eymael.
A polícia pretende agora ouvir Cincinato. Ele é um dos investigados pela Dise (Delegacia
de Investigações sobre Entorpecentes) de Santo André, que
identificou uma quadrilha com
base no ABC acusada de utilizar 44 postos de gasolina e revendedoras de carros para lavar dinheiro para a facção criminosa. O inquérito será relatado ao Ministério Público e 60
pessoas serão indiciadas.
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