São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Suspeita de elo com facção faz secretário deixar o cargo na Prefeitura de Mauá

DA REPORTAGEM LOCAL

O vereador Cincinato Freire (PSDC) deixou anteontem o cargo de secretário da Saúde de Mauá, a 26 km de São Paulo, depois de a Polícia Civil o vincular à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Seu nome aparece num caderno de contabilidade da facção, que foi encontrado pela polícia durante investigação sobre o esquema dos postos de gasolina usados pelo PCC para fazer lavagem de dinheiro.
De acordo com o "Diário do Grande ABC", do caderno com os nomes consta que o vereador teria recebido R$ 3.828 em 4 de janeiro de 2005.
Um dia após a publicação da reportagem, Cincinato pediu demissão e alegou ter feito isso para "preservar a imagem" da administração pública.
Ao jornal, disse que o valor que aparece no caderno corresponde à quantia paga por ele a um posto de gasolina para comprar combustível. A Folha não conseguiu localizá-lo ontem.

Explicações
O presidente do PSDC, José Maria Eymael, afirmou que o partido pedirá explicações a Cincinato sobre o caso.
"Só poderei me pronunciar a partir do momento em que souber o que houve. Já solicitei ao nosso diretório municipal em Mauá para ouvir o vereador. Pelo que conheço dele, é uma pessoa digna. A postura que ele teve de deixar o cargo foi corretíssima", falou Eymael.
A polícia pretende agora ouvir Cincinato. Ele é um dos investigados pela Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de Santo André, que identificou uma quadrilha com base no ABC acusada de utilizar 44 postos de gasolina e revendedoras de carros para lavar dinheiro para a facção criminosa. O inquérito será relatado ao Ministério Público e 60 pessoas serão indiciadas.


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