São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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Com concurso de moda, policiais do DF querem afastar imagem repressora

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para afastar a imagem de Polícia Militar como força repressora da ditadura, a Associação dos Oficiais da PM do Distrito Federal promoveu um concurso entre estudantes de moda de Brasília, que criaram novos modelos de fardas para a corporação.
O desfile que contou com "looks" de gala e social feminino e masculino, batalhão masculino e para oficiais grávidas aconteceu em outubro, no Congresso Nacional de Oficiais Militares.
"A farda é instrumento que impõe respeito, mas também pode distanciar as pessoas devido a um mecanismo psicológico que vem da ditadura", afirma o major Leobertino Lima Filho, presidente da associação.
Para o uniforme de rua, a estudante vencedora, Cristina Cardoso Vaz, 24, optou por manter a combinação de blusa cinza-claro e calça preta, mas usou tecidos mais leves para facilitar a movimentação e a absorção de calor. Para as mulheres, escolheu corte acinturado, "com inspiração nos anos 50 e 60".
Outros Estados também mudaram de visual sem apontar razões políticas. Os militares, no entanto, tiveram participação na história das fardas. Quando o regime reorganizou as polícias, tentou impor o azul-petróleo, mas não contou com adesão geral: alguns Estados mantiveram o tradicional cáqui.
Tocantins, fundado apenas em 1988, fala de retorno às origens quando explica sua adoção da cor, em 2004. Na Bahia, a retomada do cáqui -mais adequado ao calor- ocorreu em 1997.
No Amapá, um pelotão testou, em 2001, fardas azuis-claras em operações de rua e ouviu a opinião de 5.000 pessoas. Segundo o coronel Pedro Melquíades Lopes, o azul-petróleo não tinha boa receptividade. (GL e ND)


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