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CASO DINIZ
Sequestradores internados no HC já rejeitaram 690 refeições; TJ julga hoje redução de penas
Lalo de Almeida/Folha Imagem
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Familiares de sequestradores de Diniz fazem pequena manifestação em frente ao Hospital das Clínicas
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Presos estão com desnutrição aguda
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Os sequestradores do empresário Abílio Diniz, que completam
hoje 29 dias em greve de fome, estão com desnutrição aguda, segundo o Hospital das Clínicas de
São Paulo, onde estão internados.
Isso significa que o organismo
deles já consumiu toda a gordura
disponível e agora consome proteína e gordura dos músculos.
Conforme a desnutrição for se
acentuando, o sistema nervoso
dos sete homens e uma mulher
que estão sem comer, tomando
apenas água, se ressente e a pessoa
começa a ficar confusa e letárgica,
podendo chegar à inconsciência.
Desde que chegaram ao HC, há
18 dias (a chilena Maria Emília está
no HC há 12), os sequestradores já
recusaram 690 refeições. Todos os
dias, os enfermeiros do hospital
oferecem aos presos as cinco refeições normais do dia. Todos os
dias, eles se negam a comer e só
tomam água.
Ontem, o chileno Sérgio Urtubia
começou a repor, com medicamentos, a deficiência de sódio e de
potássio. Conforme sua gravidade, a deficiência de potássio pode
provocar até uma parada cardíaca.
Assim como Urtubia, a chilena
Maria Emília Marchi e o brasileiro
Raimundo Costa Freire já repõem
sódio e potássio desde sábado.
O HC esclareceu ontem que a reposição desses nutrientes não é
suficiente para que o organismo
dos presos funcione bem a longo
prazo. Eles ainda podem ter complicações como hipoglicemia
-queda acentuada de açúcar no
organismo- e infecções.
Eles decidiram repor esses nutrientes por um acordo com o hospital, depois que uma liminar concedida pela 12ª Vara da Fazenda
Pública de São Paulo autorizou os
médicos do HC a tratar os presos
mesmo que não quisessem, utilizando, se preciso, ajuda policial.
Os sequestradores reivindicam a
expulsão dos estrangeiros e o indulto ao brasileiro, prerrogativas
do presidente da República.
Julgamento
Ontem, a Vara das Execuções
Criminais de São Paulo negou o
pedido do brasileiro Raimundo
Freire para cumprir pena em regime semi-aberto. Até agora, seis
pedidos já foram negados.
O julgamento que decide sobre a
redução das penas dos sequestradores de Abílio Diniz, marcado
para hoje, tem grandes chances de
ser adiado pela terceira vez.
A Folha apurou que há uma indisposição do tribunal contra declarações do presidente Fernando
Henrique, na semana passada,
que afirmou que a solução para a
greve de fome dependia da Justiça.
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