São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2001

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Burocracia é obstáculo à doação de recursos

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy terá de afinar o discurso com os empresários para ter sucesso na sua tentativa de conseguir recursos das maiores empresas de São Paulo para a construção de creches na cidade.
Marta levantou essa hipótese com base em uma lei que permite que as empresas possam utilizar até 1% do imposto de renda devido para fazer doações ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. A doação é deduzida do imposto a pagar.
Empresários ouvidos pela Folha afirmam que a proposta é viável, mas ressaltam que o destino da verba deve ser bem explicado.
"É um caminho legal que ela pode explorar com sucesso se convencer os empresários de que os recursos serão bem aplicados", afirma Sinésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).

Fiscalização
Costa diz que, apesar de poder ser abatida do imposto de renda, a doação para o Conselho Municipal da Criança nem sempre é atrativa para os empresários, que querem evitar burocracia.
"A informação de que a empresa fez uma doação é mais um item, por exemplo, a ser verificado pela Receita Federal na hora de analisar a declaração do imposto. Alguns empresários preferem fugir dessa burocracia e deixam de doar", afirma o presidente da Abrinq. Ele ressalva, no entanto, que acredita que Marta seja capaz de convencer os empresários.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, afirma que a entidade ajudará Marta a convencer os empresários a fazer doações.
"A Fiesp tem uma preocupação antiga com a questão. Em 1998, fizemos uma cartilha para todos os associados incentivando a doação para os conselhos municipais da criança e do adolescente. Também elaboramos um manual para orientar os empresários a ajudar na construção dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente", diz o presidente da Fiesp.



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