São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2001 |
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Justiceiro esperava ser morto na cadeia DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE Personagem do filme "O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas" ao lado do preso Helinho, o músico José Alexandre Santos, 29, o "Garnizé", disse que o "justiceiro" já esperava ser assassinado na cadeia. "Ele dizia que o inferno não era embaixo da terra, mas no presídio", afirmou o músico, que é baterista do grupo pernambucano de rap Faces do Subúrbio. Garnizé e Helinho conviveram na infância com a mesma miséria, na periferia de Camaragibe, região metropolitana de Recife. "Mas seguimos caminhos diferentes e agora ele sentiu na pele o que fez com os outros." "Helinho dizia que limpava a cidade das almas sebosas e esquecia que os bandidos também eram gente", afirmou. "No começo, ele matava por dinheiro. Depois, acho que a fama de justiceiro ficou mais forte." O músico disse ter ficado "abalado" e "triste" com a notícia da morte do preso, mas acha que o principal culpado pelo assassinato foi o próprio Helinho. "Matador nunca é bem-vindo entre os presos na cadeia." Para Garnizé, a morte do "Pequeno Príncipe", como também era conhecido Hélio José Muniz Filho, deve "servir de exemplo" para outros jovens envolvidos em crimes e para o poder público. "Espero que tudo isso tenha repercussão entre os poderosos", afirmou o baterista. "Eles precisam olhar com mais atenção para a periferia e cuidar mais dos jovens, que estão vulneráveis e sujeitos à violência." (FG) Texto Anterior: "O Rap..." narra trajetória de dois favelados Próximo Texto: Trânsito: Governo recua de apreensão de habilitação Índice |
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