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URBANISMO
Idéia é manter característica dos bairros; Copan e Conjunto Nacional também serão tombados neste ano pelo Condephaat
Sumaré e City Lapa viram patrimônio de SP
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dos poucos bairros de São
Paulo que conseguiram conservar
a característica de área residencial, com pouca verticalização, o
Sumaré e o City Lapa (ambos na
zona oeste) vão ser tombados pelo Condephaat (órgão estadual
responsável pelo patrimônio histórico do Estado) neste ano.
Bairros de classe média alta, as
duas regiões integram a lista das
áreas mais valorizadas pelo mercado imobiliário da cidade.
O Sumaré e o City Lapa integram um grupo de nove tombamentos que serão realizados em
2004, segundo a secretária de Estado da Cultura, Cláudia Costin.
Marcos da arquitetura moderna
em São Paulo, os edifícios Copan
e Conjunto Nacional também entraram na lista junto com o prédio
do Banespa, o viaduto do Chá, a
catedral da Sé, o Mercado Central
e o galpão localizado no bairro do
Bom Retiro onde foi fundado o
Sport Club Corinthians.
Segundo o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem,
com o tombamento tanto os edifícios quantos os bairros ficam protegidos contra alterações em suas
fachadas, estruturas básicas e até
na vegetação. Isso porque qualquer mudança urbanística só será
feita com autorização do órgão.
Melhem diz que ainda há cerca
de outros dez tombamentos previstos para o ano. Entre eles estão
o Centro Cultural Banco do Brasil
e a Vila Itororó, na rua Martiniano de Carvalho. Ele explica que as
edificações fazem parte de um
grupo de processos em estudo há
mais de três anos. Para ele, com o
aniversário de São Paulo, "os
tombamentos na capital ganham
uma nova dimensão".
Para a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, diretora-executiva
do Movimento Defenda São Paulo, o tombamento dos bairros é
"uma grande vitória da sociedade
organizada". Ela rejeita a idéia de
que os bairros serão "congelados"
e afirma que eles terão suas características protegidas. "É uma garantia de manter a história e a
qualidade do bairro", diz.
A secretária Cláudia Costin
anunciou os tombamentos durante a cerimônia de lançamento
do calendário de eventos dos 450
anos da cidade -uma série de
pequenas festas, exposições, concertos, shows e apresentações de
teatro e dança que serão realizadas de janeiro a junho.
US$ 30 milhões
Costin anunciou também a criação de nove pólos culturais na periferia da cidade, batizados de "fábricas de cultura". O projeto de
US$ 30 milhões ainda depende do
aval do Senado para um empréstimo de US$ 20 milhões a ser tomado do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Segundo a coordenadora técnica do projeto, Maria Amélia Fernandes, as fábricas de cultura não
são escolas convencionais, mas
centros que abrigarão teatro, música, dança, "multimeios" (computação gráfica, cinema, vídeo
etc) e artes plásticas. O conteúdo
das oficinas, no entanto, será definido junto com a comunidade.
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