|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GERALDO BLOTA (1925-2009)
A bola estava com Pelé; o microfone, com GB
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O trambolho de 8 kg que o
radialista Geraldo Blota carregou para dentro do gol do
Maracanã naquela noite de
19 de novembro de 1969 nada mais era do que um microfone. Meteu-o na boca de
Pelé, que acabara de fazer o
milésimo gol da carreira.
"Ele se orgulhava de ter sido o primeiro a botar o Pelé
no ar depois daquele gol",
conta a filha Dagmar. E o que
o rei, com a bola nas mãos,
disse? "Puta que pariu", revela, aos risos. Na bagunça
após o gol, GB, como era chamado, quebrou por acidente
a antena de seu equipamento
nas costas do jogador.
Natural de Ribeirão Bonito (SP), teve influência do irmão, o radialista e apresentador de TV Blota Júnior.
"Ele foi radialista por causa do irmão e entrou na política por causa do irmão", diz
a filha. Do início da carreira,
como sonoplasta, até 1992,
quando se aposentou, GB
passou pelas rádios Jovem
Pan, Capital, Tupi e pelas
TVs Record e Gazeta.
Foi também vereador em
São Paulo. "O partido dele
não era a Arena nem o PDS, o
partido dele era Paulo Maluf", diz a filha, que classifica
o político como uma das pessoas mais leais à família.
"Meu pai tinha um coração
enorme e era o maior chato
da paróquia", brinca, sobre o
perfeccionismo de GB.
Quando algo o chateava, dizia: "Mas justamente hoje?".
Morreu na noite de anteontem, aos 83, em SP, em
consequência de um câncer
de reto. Teve seis filhos, cinco netos e dois bisnetos.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Lula sanciona lei que cria "RG" para rastrear medicamentos Índice
|