São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

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GERALDO BLOTA (1925-2009)

A bola estava com Pelé; o microfone, com GB

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O trambolho de 8 kg que o radialista Geraldo Blota carregou para dentro do gol do Maracanã naquela noite de 19 de novembro de 1969 nada mais era do que um microfone. Meteu-o na boca de Pelé, que acabara de fazer o milésimo gol da carreira.
"Ele se orgulhava de ter sido o primeiro a botar o Pelé no ar depois daquele gol", conta a filha Dagmar. E o que o rei, com a bola nas mãos, disse? "Puta que pariu", revela, aos risos. Na bagunça após o gol, GB, como era chamado, quebrou por acidente a antena de seu equipamento nas costas do jogador.
Natural de Ribeirão Bonito (SP), teve influência do irmão, o radialista e apresentador de TV Blota Júnior.
"Ele foi radialista por causa do irmão e entrou na política por causa do irmão", diz a filha. Do início da carreira, como sonoplasta, até 1992, quando se aposentou, GB passou pelas rádios Jovem Pan, Capital, Tupi e pelas TVs Record e Gazeta.
Foi também vereador em São Paulo. "O partido dele não era a Arena nem o PDS, o partido dele era Paulo Maluf", diz a filha, que classifica o político como uma das pessoas mais leais à família.
"Meu pai tinha um coração enorme e era o maior chato da paróquia", brinca, sobre o perfeccionismo de GB. Quando algo o chateava, dizia: "Mas justamente hoje?".
Morreu na noite de anteontem, aos 83, em SP, em consequência de um câncer de reto. Teve seis filhos, cinco netos e dois bisnetos.

obituario@grupofolha.com.br


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