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OUTRA PRIORIDADE
Gestão Alckmin desloca 35 policiais especializados para acompanhar atividades externas de infratores
Polícia anti-seqüestro vira escolta da Febem
ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL
Policiais civis especializados na
investigação de seqüestros e no
combate ao seqüestro relâmpago
têm sido deslocados pelo governo
paulista de Geraldo Alckmin
(PSDB) para uma nova função:
escoltar internos da Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor).
Diariamente, 35 policiais, em
média, são retirados do patrulhamento para acompanhar adolescentes infratores em visita aos
pais, atendimentos médicos,
transferências de unidades e atividades educativas e culturais. Antes, a maioria das escoltas era realizada pela Polícia Militar.
Com isso, o combate a esses
dois crimes é prejudicado. A Folha apurou que, por causa dessa
nova função, os policiais não têm
tido tempo para apurar denúncias de locais de cativeiros e fazer
policiamento ostensivo em áreas
onde ocorrem seqüestros relâmpagos com mais freqüência.
Durante o dia, policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) são os
responsáveis pela escolta dos adolescentes. À noite e na madrugada, a tarefa fica por conta do Garra (Grupo Armado de Repressão
a Roubos e Assaltos).
Os dois grupos, considerados
da elite da Polícia Civil, são subordinados ao Deic (Departamento
de Investigação Sobre o Crime
Organizado). A função do primeiro é combater os dois tipos de seqüestros. O outro, os relâmpagos,
além de investigar outras modalidades de crime organizado.
A Folha apurou que, na segunda-feira, denúncias de possíveis
cativeiros não foram investigadas
pela DAS, pois os cinco carros e 15
policiais que trabalham na parte
operacional estavam escoltando
adolescentes da Febem.
Ontem, 12 policiais com quatro
carros foram mobilizados. Também não foi feita a checagem de
denúncias.
O efetivo operacional da DAS,
destinado a checar denúncias e
invadir cativeiros para resgatar vítimas de seqüestro, é formado por
18 policiais.
Em média, são feitas sete escoltas para a Febem por dia, deslocando 15 policiais. Há um mês, a
DAS faz o acompanhamento de
adolescentes.
Desmotivação
O Garra possui um quadro de
140 policiais divididos em cinco
grupos de 28. Por noite, em média, 20 policiais são retirados do
patrulhamento para escoltar adolescentes da Febem.
"Carros e policiais são deslocados do patrulhamento para atender a Febem. Ao invés de tirarmos
o ladrão da rua, ficamos levando
adolescentes para visitar parentes, ir ao dentista. Há uma desmotivação", disse um policial que
preferiu não se identificar.
Em entrevista à Folha, na semana passada, o diretor do Deic, delegado Godofredo Bittencourt, informou que, em média, acontecem 140 seqüestros relâmpagos
na capital. Os bairros nobres são
os mais visados pelos bandidos.
Atualmente, cinco pessoas, incluindo uma criança, estão seqüestradas no Estado.
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