|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Futebol era
único ponto
conhecido
da Reportagem Local
O perfil dos alunos e professores
de italiano não é necessariamente
de ``oriundi'', ou descendentes.
Desde o ano passado, cinco professores implantaram o curso em
suas escolas, em turmas que variam de 25 a 116 alunos.
Arnaldo Ribeiro dos Santos fala
italiano fluentemente, conhece a
literatura do país -é formado pela Universidade de São Paulo-,
mas de italiano não tem nada.
Ele é o professor do idioma na
escola Cleómenes Campos, que fica em Parque São Lucas, zona leste
da cidade.
Sua primeira turma foi formada
em agosto e tem 25 alunos. ``Espalhamos cartazes, fizemos entrevistas e então selecionamos os estudantes. O perfil não incluía ascendência italiana, mas o grau de interesse nos estudos'', disse Ribeiro.
Segundo ele, os estudantes de 5¦
e 8¦ séries aprovaram as aulas, dadas fora do horário das disciplinas
obrigatórias. ``A turma vê vídeos,
escuta música e lê revistas em italiano. Falo 60% do tempo em italiano e o restante em português.''
Ribeiro pretende começar uma
nova turma no período noturno.
``Muitos estudantes estavam interessados, mas não podiam comparecer a um curso à tarde.''
``La professoressa'' Vera Bianca
Lorenzoni nasceu na Itália, mas
veio para o Brasil aos 2 anos. Em
agosto, começou a ensinar italiano
para 25 alunos da 4¦ série da escola
André Rodrigues de Alckimin, em
Vila Brasilândia (zona norte).
``Meus alunos não têm ascendência italiana. A escola fica na periferia, inserida no meio de uma
favela. São ótimos. Cantam em italiano, já sabem cumprimentar e
organizar frases simples'', diz ela.
Vera diz que antes das aulas, o
máximo que seus estudantes sabiam era que a Itália havia perdido
a Copa de 94 para o Brasil e que lá
era o lugar onde ``mora'' o papa.
``Hoje, eles se interessam por vários assuntos relacionados à Itália.
Gostam de mostrar para os pais o
que já aprenderam a falar'', afirma.
(NR)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|