São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 1997.

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VANDALISMO
Chefe do Departamento do Patrimônio Histórico da prefeitura afirma que 40% das obras estão pichadas
80% dos monumentos de SP pedem reparo

MARIANA GÓES CARVALHO
da FT

A maioria dos monumentos de São Paulo está danificada. Das cerca de 400 peças -entre bustos, esculturas e estátuas- 80% necessitam de algum tipo de reparo e 40% são alvos de pichações.
A informação é de Francisco Zorzete, chefe do laboratório de reparo do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura.
Em sua opinião, os tristes números do vandalismo são frutos de uma total falta de consciência por parte da população.
``As pessoas maltratam as obras de arte porque não têm idéia da sua importância e significado histórico'', diz Zorzete, que é também coordenador do programa ``Adote uma obra artística.''
Poucas pessoas sabem, por exemplo, que o Monumento a Duque de Caxias, na praça Princesa Isabel (região central de São Paulo), e da autoria do escultor italiano Victor Brecheret, é o maior monumento do gênero do mundo. É também dele o Monumento às Bandeiras, que fica em frente ao parque Ibirapuera (zona sul).

Ladrões
Além de pichadores, ladrões costumam rondar a área dos monumentos, ávidos pelo material nobre (geralmente bronze) da construção.
Quando não é por interesse financeiro, as peças são levadas até mesmo por interesse histórico, segundo Zorzete.
Uma outra agressão grave feita ao patrimônio é a utilização de sua estrutura para afixar cartazes e anúncios.
A violação constante dos monumentos também se deve à falta de segurança.
Há poucos homens da Guarda Civil Metropolitana para combater os destruidores e evitar que mendigos se instalem nos arredores e utilizem os monumentos como banheiro público.
``A iluminação é muito precária,'' afirma Zorzete, que está desenvolvendo um trabalho de parceria com empresas como a General Electric, para tentar melhorar a situação.
A tarefa é difícil já que boa parte da Guarda Civil -que contará com um efetivo adicional de 600 homens e mulheres em abril- dará prioridade à segurança das escolas municipais.

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